Um requerimento do Benfica resultou numa multa de 204 euros para o emblema encarnado na primeira sessão do julgamento da ação cível em que exige ao FC Porto mais de 17,7 milhões de euros de indemnização.

O juiz acabou por punir a insistência da defesa dos encarnados que pediram por diversas vezes para não ser discutida em audiência pública o conteúdo dos emails divulgados no Porto Canal entre 2017 e 2018 pelo diretor de comunicação, Francisco J. Marques, e disponibilizados em diversos sites da internet.

De acordo com o JN, em janeiro, numa audiência privada, o Benfica já tinha tentado não publicitar o conteúdos dos emails, mas a pretensão não foi acolhida pelo juiz. "Estão preocupados com o segredo do negócio, mas já viram mais de 30 gigas de segredos divulgados", afirmou o magistrado Paulo Teixeira.

Os advogados do Benfica não queriam que Luís Bernardo, diretor de comunicação, não fosse confrontado com o conteúdo dos emails que o Benfica tinha pedido para serem usados como prova no processo frente ao FC Porto. O juiz ironizou ao referir que os encarnados só queriam utilizar esse conteúdo para fazer prova contra o FC Porto. Já depois de mais uma insistência, acabou por multar o clube encarnado. Em causa, estavam emails, em que Mário Figueiredo, ex-presidente da liga, garantia que estava do lado do Benfica.

17,7 milhões de indemnização

De forma a justificar o pedido de indemnização, Luís Bernardo acusou o FC Porto de ter montado um estratégia "de desgaste", que acabou por prejudicar o Benfica, associando o clube a um "polvo". Pelo Benfica testemunharam o Diretor Comercial e de Marketing e treinador da equipa B, que abordaram os potenciais danos, em matéria de segredos da formação e planos estratégicos.

Já os advogados do FC Porto lembraram que os encarnados já foram alvo de buscas por "suspeitas de corrupção desportiva, corrupção de um desembargador, de um funcionário judicial e fraude fiscal". Os encarnados alegaram que esse facto não abalou a confiança na marca.

O julgamento prossegue nesta sexta-feira.