Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, foi detido para interrogatório, depois de ser alvo de buscas, tal como o seu amigo e empresário José António dos Santos, conhecido por "rei dos frangos". Os dois são suspeitos de crimes de burla qualificada ao Fundo de Resolução bancária e ainda crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, avança o jornal 'Sol'.
Sem citar os nomes dos detidos, o Ministério Público explica, em comunicado, que "foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca, abrangendo instalações de sociedades, domicílios, escritórios de advogados e uma instituição bancária. Estas buscas decorrem nas áreas de Lisboa, Torres Vedras e Braga".
Além de Luís Filipe Vieira, terão sido detidos o filho Tiago Vieira, o empresário José António dos Santos, conhecido como 'o rei dos frangos', e agente desportivo Bruno Macedo.
De acordo com o comunicado do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, a "investigação se encontra a cargo da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e conta com a estreita colaboração da Polícia de Segurança Pública (PSP)".
Diz ainda o comunicado que "no decurso das diligências foram detidas quatro pessoas, dois empresários, um agente desportivo e um dirigente desportivo. Detenções efetuadas atendendo aos indícios já recolhidos, com vista a acautelar a prova, evitar ausências de arguidos e a prevenir a consumação de atuações suspeitas em curso".
"Os detidos serão presentes, previsivelmente no decurso do dia de amanhã, a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação, considerando a gravidade dos crimes e as exigências cautelares, de medidas coação diferentes do termo de identidade e residência", pode-se ler ainda.
O Departamento Central de Investigação e Ação Penal diz que "estão a ser investigados negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades".
Em causa estão factos ocorridos a partir de 2014 e até ao presente e "suscetíveis de integrarem a prática, entre outros, de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento".
Nesta ação participaram 66 Inspetores Tributários, sendo 25 da Direção de Finanças de Braga, 8 da Direção de Finanças do Porto, 26 da Direção de Finanças de Lisboa e 2 da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais (DSIFAE), para além de 9 elementos do Núcleo de Informática Forense desta Direção.
Participaram ainda 4 magistrados do Ministério Público, 3 Juízes de Instrução Criminal e 74 polícias da PSP, 9 dos quais a exercerem funções no DCIAP.
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