O treinador Manuel Machado, que substituiu Luís Freire no comando do Nacional, 16.º classificado da I Liga portuguesa de futebol, afirmou hoje que o "objetivo passa por melhorar o rendimento da equipa e alcançar a manutenção".
"É um regresso a um espaço regional pelo qual tenho grande afeto, a uma coletividade que tive o privilégio de servir no passado, em três momentos diferentes, com um balanço geral que penso que foi positivo e será isso que justifica, de alguma maneira, o convite agora endereçado", assinalou Manuel Machado.
A meta que lhe foi traçada "é correr atrás de um objetivo, que é a manutenção do clube na I Liga", que espera que "venha a ser uma realidade".
Todavia, diz ter a "consciência que o bem e o mal que acontece neste fenómeno, acontece pela convergência de um conjunto de fatores, não apenas por um fator único", sublinhando que "sozinho nada resolverá", será sim pela convergência da "estrutura administrativa do clube, dos jogadores, da equipa técnica e do departamento clínico".
O treinador não desvalorizou a situação periclitante pela qual passa o Nacional na tabela classificativa: "A minha vinda vem no sentido de fazer parte dessa solução e que o problema seja resolvido".
"Em 2012/13, quase numa situação semelhante, embora na altura com mais tempo para a resolver, substituí um treinador nesta casa e as coisas resolveram-se positivamente nessa altura. Espero dar o meu contributo para dar solução ao problema que vivemos. Não é um problema simples, até porque está muito curto em termos de calendário. É um problema que pertence ao Nacional, mas também a mais oito equipas que estão numa franja pontual muito estreita", observou.
Apesar de estar afastado dos grandes palcos há algum tempo, Manuel Machado assegurou que "nunca se desligou do fenómeno, em particular a duas ou três equipas" que o marcaram no passado, "acompanhando-as com uma atenção acrescida" e, por isso, disse ter "conhecimento daquilo que é a realidade no quadro dos jogadores" que terá à sua disposição.
O técnico ressalvou que os 15 dias que tem para preparar o próximo jogo, "acrescentam alguma coisa", mas se não tivesse o conhecimento que diz ter do Nacional e da I Liga, "iria ter problemas com toda a certeza".
Manuel Machado considerou que o Nacional "tem um quadro de jogadores equilibrado, que permitem, com algum engenho e no que é controlável, melhorar o seu rendimento", mas assegurou que "não irá revolucionar nada", antes "ajustar alguma coisa", tendo confiança que "há ferramentas que permitem fazer alguma coisa mais em termos de rendimento e pontuação".
O presidente do Nacional, Rui Alves manifestou-se feliz por "voltar a contar com o ‘professor’", confiando que com esta aposta "o clube consiga atingir os objetivos no final desta temporada", tendo a esperança que a entrada de Manuel Machado sirva "como fator de galvanização". Aliás, ressalvou que os jogadores do Nacional precisam de "libertação e não de pressão".
O momento da alteração de Luís Freire por Manuel Machado tem muito a ver "com o tempo de preparação para o encontro seguinte", pois num campeonato a "decorrer normalmente é sempre uma perturbação, com riscos acrescidos".
A aposta em Manuel Machado tem a ver com o facto de Rui Alves considerar que este "momento requeria serenidade e maturidade", sendo necessário "provocar um choque psicológico, procurando fatores de diferenciação". Apesar de tudo, traçou um objetivo ambicioso, que é o de "alcançar o 10.º lugar".
O técnico, de 65 anos, regista a quarta passagem pelo clube madeirense e irá somar a oitava temporada ao comando do Nacional, que levou por três vezes às competições europeias, tendo em 2008/09 o Nacional alcançado a melhor classificação de sempre na I Liga, com um quarto lugar.
A equipa técnica liderada por Manuel Machado será composta pelos adjuntos José Augusto, Zé Nando e Carlos Miguel, pelo treinador de guarda-redes Nuno Carrapato e pelo analista João Oliveira.
O Nacional ocupa o 16.º e antepenúltimo lugar na I Liga, com 21 pontos, fruto de cinco vitórias, seis empates e 13 derrotas.
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