Em declarações à agência Lusa, o presidente do Governo Regional, adepto do clube desde a infância, seguindo uma tradição familiar, realça que o Marítimo “é uma instituição, ainda que desportiva, que perfaz 100 anos, o que é um marco na história do arquipélago da Madeira”.
“É o maior clube dos arquipélagos portugueses”, salienta, apontando que “antes dos actuais moldes do campeonato nacional [de futebol], foi campeão nacional em 1926 e tem varias presenças em taças europeias”, além do “trabalho notável em várias modalidades, sobretudo nos escalões de formação”.
Para Jardim, “como todos os clubes, o Marítimo tem momentos mais altos e mais baixos. Mas os momentos altos não podem ser visto apenas através dos resultados do futebol”.
“Tem uma situação financeira sólida. Creio que o clube vai de vento em popa e os madeirenses estão de parabéns por ter um clube desta dimensão”, diz.
Sobre o futuro da colectividade, sublinha que como o “desporto profissional está condicionado pelo dinheiro”. “O Marítimo não tem que ter sonhos altos, tem que sonhar em fazer papel fundamental na juventude como está a fazer”, sublinhou.
Alberto João Jardim concorda com as linhas mestras seguidas pela direcção do clube.
“O Marítimo tem tido o bom senso de não sonhar demasiado alto, por isso as suas finanças estão sólidas e vai fazendo aquilo que pode e ninguém lhe pede mais do que isso”, sustentou.
Jardim adiantou que o novo estádio dos Barreiros deverá ser inaugurado “até final do ano”, explicando que se tratou de uma cedência de um recinto público a uma colectividade de interesse público. O presidente do Governo Regional recordou que a região “já tinha ajudado em campos de outros clubes e só faltava o Marítimo”.
“Em vez de se andar a gastar dinheiro em mais um estádio… poupou-se em mais uma infraestrutura desportiva e alijou-se a região de ter os encargos que tinha com esse estádio”, argumentou.
Jardim destacou que é sócio do Marítimo “há muitos anos”, uma tradição familiar que já passou para o filho e neto, declarando que será adepto verde-rubro até morrer porque “estas coisas não se trocam por nada”.
O clube madeirense assinala os 100 anos com um programa que inclui, entre outras iniciativas, uma exposição “Marítimo Centenário” na Reitoria da Universidade da Madeira e o I Congresso do Marítimo que servirá para homenagear os adeptos e debater o futuro.
Segundo os dados do CSM, o clube, fundado a 20 de Setembro de 1910, tem 40 mil sócios registados. Recorda como um dos seus melhores momentos o facto de ter conseguido sagrar-se campeão nacional em 1926, num ano em que derrotou o Porto por 7-1, a 23 de Maio.
A inauguração em Abril de 2006 do complexo desportivo de Santo António e a construção do novo estádio, baptizado como Barreiros XXI, são outras marcas do clube na última década.
Na comemoração do centenário, o novo estádio e mais uma alteração na equipa técnica, com a dispensa do treinador holandês Mitchel Van der Gaag, são factores na mente dos adeptos.
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