O movimento Servir o Benfica defende “a demissão de todos os elementos dos órgãos sociais do clube e a convocação urgente de eleições antecipadas” no emblema 'encarnado', no seguimento hoje da detenção de Luís Filipe Vieira.
“Confirmando-se o impedimento do exercício de funções no Sport Lisboa e Benfica ou em alguma das suas participadas, nomeadamente a Sport Lisboa e Benfica SAD, o Servir o Benfica exige o afastamento total entre Luís Filipe Vieira [presidente do clube] e o Sport Lisboa e Benfica”, refere ainda o movimento, em comunicado.
Na mesma nota, os responsáveis, num grupo do qual faz parte Francisco Mourão Benítez, candidato derrotado à presidência da Mesa da Assembleia Geral nas eleições de outubro, dizem não ser tolerada uma solução encontrada dentro da atual estrutura.
“Não será de forma alguma tolerada uma solução de continuidade personificada em quem, por ser integrante dos Órgãos Sociais, tenha ativa ou passivamente pactuado com atos que de acordo com a investigação em curso possam ter lesado o Sport Lisboa e Benfica”, concluem.
O presidente do Benfica e empresário Luis Filipe Vieira foi hoje detido numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros com prejuízos para o Estado, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Uma nota do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) indica que foram detidos um dirigente desportivo, dois empresários e um agente do futebol e realizados cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária, em Lisboa, Torres Vedras e Braga.
No comunicado do DCIAP, é indicado que os detidos são suspeitos de estarem envolvidos em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”.
Em causa, adianta, estão “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente” e suscetíveis de serem “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.
Está previsto que os quatro detidos sejam presentes na quinta-feira a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação de medidas coação, “com vista a acautelar a prova, evitar ausências de arguidos e prevenir a consumação de atuações suspeitas”.
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