O candidato da lista C à presidência do FC Porto, Nuno Lobo, ambiciona melhorar no sábado os 4,91% alcançados nas últimas eleições, enfrentando Pinto da Costa, atual líder dos vice-campeões nacionais de futebol, e André Villas-Boas.
“Não vou dizer que é uma cópia, mas constato que muitas das ideias defendidas por nós em 2020 e 2024 estão a ser veiculadas por outras candidaturas. Por isso, fico muito feliz. Agora, quero sempre almejar um bom resultado e, por exemplo, ultrapassar essa barreira que já tive em 2020”, sublinhou o empresário e professor, em entrevista à agência Lusa.
Há quatro anos, nas primeiras eleições dos ‘dragões’ com mais do que uma candidatura desde 1991, Nuno Lobo ficou atrás de Pinto da Costa, eleito para um 15.º mandato seguido, com 68,65% dos votos, e do jurista José Fernando Rio, segundo, com 26,44%.
“Um bom resultado é que o FC Porto ganhe no domingo ao Sporting [em casa, em duelo da 31.ª ronda da I Liga de futebol] e que, na segunda-feira, quem quer que venha a ser o presidente eleito continue a trabalhar com o único intuito de defender os interesses deste clube. Acima da minha candidatura, está sempre o FC Porto. As pessoas olham para os resultados, mas não para todo o trabalho que esta candidatura fez com o único propósito de servir o clube. Fomos os primeiros a apresentar e disponibilizar um programa”, notou.
Lamentando que várias propostas promovidas por si em 2020 “tivessem sido descuradas desde então” pela direção ‘azul e branca’, o empresário, de 54 anos, visa uma “evolução contínua” com a sua recandidatura, mas dispensa uma “total rutura” com a gestão atual.
“Em 2020, a SAD teve um resultado líquido negativo de quase 120 milhões de euros e o André Villas-Boas foi o primeiro subscritor da candidatura de Pinto da Costa. Ou seja, eu parto do princípio de que ele subscrevia tudo aquilo que se passava no FC Porto. Como eu não concordava, tive essa ousadia de avançar para eleições. Agora, vejo sempre com bons olhos a pluralidade de ideias. É isso que interessa para o futuro do clube”, pontuou.
Sob o lema “Sim, somos Porto - projetar o futuro respeitando o passado”, Nuno Lobo tem Luís Barradas e Heleno Roseira como cabeças de lista à Mesa da Assembleia Geral e ao Conselho Fiscal e Disciplinar, respetivamente, mas prescindiu de concorrer ao Conselho Superior, para o qual não elegeu membros há quatro anos, ao invés das restantes listas.
“Achei por bem canalizar toda a minha força e energia na construção de uma lista para a direção. Depois, lembro-me que as propostas apresentadas por este Conselho Superior - que é um órgão meramente consultivo -, na Assembleia Geral [de deliberação da revisão estatutária] foram uma desgraça, tanto é que só aprovava o adiamento das eleições [cujo prazo máximo iria passar de abril para junho] e votaria contra todas as outras”, advogou.
Os desacatos verificados nessa sessão de 13 de novembro de 2023, no pavilhão Dragão Arena, levaram o FC Porto a suspender três associados, ao passo que 12 pessoas foram detidas no âmbito da Operação Pretoriano, entre os quais dois funcionários do clube e o líder da claque Super Dragões, Fernando Madureira, que continua em prisão preventiva.
Em 01 de fevereiro, um dia depois das detenções, Nuno Lobo informou que ia reunir com urgência para solicitar ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, José Lourenço Pinto, o adiamento das eleições, em função da “instabilidade causada interna e externamente”.
“Mantenho o que disse. Se calhar, previa que podia acontecer isto que estamos a ver: [a campanha eleitoral] parece quase todos os dias uma lavandaria a lavar roupa suja. Fiz a proposta e mandei um e-mail a ver se nos podíamos reunir e agendar as eleições para o fim do campeonato, mas não tive resposta do presidente e do André Villas-Boas”, atirou.
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