A história de uma rivalidade que já acumulou teias de aranha faz-se de festejo, lágrimas e algumas trocas de treinadores. Não foram muitos, só 8. Numa altura, em que Jorge Jesus se muda da Luz para Alvalade, fizemos o levantamento dos treinadores que andaram a passear pela Segunda Circular. Mas, afinal, porque é que a mudança de JJ está a gerar tanto rebuliço? A resposta é simples. É que foram raras as vezes em que um treinador "traiu" o emblema e se mudou das águias para os leões e vice-versa.
A "fábula" tem início em 1931, quando Arthur John chegou ao Benfica dois anos antes, depois de ter passado pelo Vitória de Setúbal. Foi bicampeão na Luz (o primeiro a sê-lo nos encarnados) e depois mudou-se para os leões a troco de 16 contos. O que é certo é que foram duas temporadas de jejum com o inglês ao comando de emblema do Campo Grande.
Seguiu-se Otto Glória, brasileiro que orientou a seleção portuguesa no Mundial de 1966 levando-a ao pódio. Primeiro, foi campeão na Luz em 1955 e 1956, depois disso deu um saltinho ao Sporting durante uma temporada em 1965/1966, e voltou ao Benfica e foi novamente bicampeão. Aliás, o canarinho foi o único que conquistou títulos tanto nos leões como nas águias. A regra em todos os casos consiste no seguinte: o treinador conquistou títulos no Benfica e quando se mudou para o Sporting ficou sem nada colocar no museu.
Fernado Riera, treinador chileno ganhou quatro títulos na luz, no entanto no primeiro ano de viragem para a democracia, em 1974, orientou o Sporting e não ganhou um só título.
Depois chegou Mirolad Pavic aos encarnados, onde venceu mais um campeonato de vermelho. Três épocas depois o Sporting contratou-o, o resultado traduziu-se em zero títulos.
A seguir foi Jimmy Hagan, que venceu o tri no Benfica, (1971, 92 e 73). Em 1976 foi experimentar o Sporting e nada de canecos.
Manuel José foi o primeiro desta lista a treinar o Sporting e só depois é que orientou os encarnados. Não venceu nada em ambos os clubes.
O selecionador nacional Fernando Santos também esteve dos dois lados da barricada. Primeiro nos leões e depois no Benfica. Em ambos experimentou a seca de títulos.
Jesualdo Ferreira, também como treinador principal (como adjunto foi campeão nacional do Benfica), esteve primeiro na luz em 2001/2002, em 2012/2013, completou parte da época como timoneiro dos leões. O tricampeão nacional ao serviço do FC Porto, nos dois clubes de Lisboa nada ganhou.
Agora é a vez de Jesus que será o nono da lista. Leva 10 títulos na bagagem e no Sporting vai quebrar a regra? A continuação nos próximos capítulos.
Comentários