É a novela do momento no futebol português. A imprensa nacional avançou na noite de terça-feira que Sérgio Conceição está a equacionar deixar o FC Porto nesta pausa para jogos das seleções.
O técnico de 48 anos tem-se mostrado muito desagrado com o momento da equipa e, após a eliminação nos oitavos de final da Liga dos Campeões, lamentou o que considera ser a falta de investimento no plantel para lutar por mais.
O desagrado do técnico no FC Porto, com várias mensagens para dentro, é óbvio mas não é a primeira vez que tal acontece, os quase seis anos que leva como treinador dos Dragões.
Troféu a voar e lugar à disposição
A 25 de janeiro de 2022, depois de perder a Taça da Liga para o SC Braga (0-1), Sérgio Conceição criticou a falta de união dentro do clube e chegou mesmo a colocar o seu lugar à disposição.
"Temos de olhar para dentro. É preciso responsabilidade coletiva, a começar por mim. Não estou a falar do grupo de trabalho, estou a falar de toda a gente. É difícil trabalhar em determinadas condições. Muito difícil. No primeiro ano sem reforços e sem dinheiro. No segundo ano falta de verdade desportiva… E este ano sem união dentro do clube. Fica difícil… Por isso, neste momento, o meu lugar está à disposição do presidente", disse o técnico, na zona de entrevistas rápidas.
Goleada caseira diante do Liverpool deixou marcas
A goleada sofrida diante do Liverpool em casa (5-1) em setembro, na segunda jornada da Liga dos Campeões 2021/22 abalou o técnico. A 28 de setembro de 2021, Sérgio Conceição mostrou-se bastante desagrado com a prestação dos jogadores. O treinador disse que a equipa não esteve em campo e que equipa de juniores "faria um pouco mais".
"Mesmo uma equipa de juniores, como a de sub-19 que empatou com o Liverpool na Youth League, faria um pouco mais do que fizemos hoje. Fui eu que errei na equipa, foi muito mau. Tenho de falar com o presidente, depois desta figura, perceber se os jogadores ouvem ou não o treinador. A diferença de valores existe e igualamos isso quando temos uma boa organização, quando há intensidade, a que esta prova, a melhor do mundo, merece. Eu não passei a mensagem da melhor forma e aconteceu este desastre. Este desastre, para mim, é vergonhoso", criticou, na altura.
Críticas à gestão da SAD após venda de Luis Diaz
A venda de Luis Diaz em janeiro de 2022, a meio da época, deixou furioso Sérgio Conceição. O colombiano estava a ser o melhor jogador do campeonato e o homem mais decisivo no onze do FC Porto. A SAD azul e branca acabou por ceder e vender o extremo ao Liverpool por 45 milhões de euros.
Uma venda que encontrou forte oposição em Sérgio Conceição, como o técnico mostrou com palavras muito duras para o departamento financeiro do FC Porto, após a vitória diante do Marítimo a 30 de janeiro.
"Nas grandes empresas e nos grandes clubes, o planeamento é feito em função dos objetivos. Quando existe pouco, ou não há planeamento, tem de se rever objetivos e pensar no futuro próximo. Sou exigente, sou exigente com os meus jogadores e agora está mais difícil, mas faz parte do meu trabalho encontrar soluções. Hoje, no banco tinha dois guarda-redes, dois laterais e dois centrais... Temos de pensar. Os nossos objetivos podem ficar mais difíceis de concretizar", atirou.
Apedrejamento ao carro da família
O apedrejamento ao carro onde seguiam a esposa Liliana, e os filhos Rodrigo, jogador dos dragões, e Moisés, após a goleada da equipa em casa diante do Club Brugge (0-4), abalou Sérgio Conceição.
"Foi uma situação que me abalou e que abalou e à minha família. Aproveito para agradecer o apoio a todos o que deram uma palavra. Ontem tive uma visita que me tocou bastante, ao IPO. No final, tive uma declaração algo emocionada, na qual disse que trocava todas as vitórias e conquistas, que felizmente foram algumas, pela vida daqueles miúdos. Com a minha família é a mesma coisa, nada é mais importante que a minha família. Trocava todos esses sucessos desportivos pelo bem-estar da mesma", disse, na altura.
A imprensa nacional avançou na altura que o técnico de 48 anos estava a equacionar deixar a equipa, algo que Pinto da Costa negou.
"Abalou-o, mas não foi motivo para pensar que pudesse deixar de treinar o FC Porto", garantiu.
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