O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, afirmou hoje que “os poderosos não estão acima da lei” e considerou haver portugueses que não compreendem a demora na investigação de crimes de colarinho branco.
“É importante, muito importante, que em Portugal ninguém tenha dúvidas que os poderosos não estão acima da lei”, disse Francisco Rodrigues dos Santos, em Santarém, onde discursou na sessão de apresentação dos cabeças de lista à Câmara e Assembleia municipais.
Antes, assinalou que o país foi assolado “por mais um caso de justiça” que “está a fazer correr muita tinta e a dar muitas capas aos jornais”, numa alusão à detenção do empresário e presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.
Francisco Rodrigues dos Santos referiu, por outro lado, que “há cada vez mais portugueses que não compreendem como é que os crimes de colarinho branco demoram tanto tempo e tantos anos a serem investigados”.
“Como é que passam anos sem que haja uma decisão e uma sentença por parte da justiça quando para o ‘zé povinho’, o cidadão comum, não há contemplações, a justiça é absolutamente implacável e leva logo pela medida grossa”, referiu, para acrescentar: “Parece-me evidente que a justiça seja forte com os fortes e não apenas forte com os fracos, e que não haja dúvidas em Portugal que poderosos não podem ser sinónimo de impunidade”.
O empresário e presidente do Benfica Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos na quarta-feira numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.
Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos susceptíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais”.
Para esta investigação foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.
Sem os identificar, o DCIAP informou que foram detidos um dirigente desportivo, dois empresários e um agente do futebol.
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