O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros (APAF) concorda com as propostas do presidente da UEFA, Michel Platini, que defendeu cinco substituições, introdução do cartão branco e o fim do limite de idade dos árbitros.
Na questão do cartão branco proposto por Platini, que equivale a uma suspensão temporária de um jogador, José Gomes defendeu a ideia ao lembrar que há situações disciplinares que se enquadram naquilo que os árbitros designam como “cartão laranja”, em que a infração cometida justifica mais do que um cartão amarelo, mas não a sanção mais radical que decorre da amostragem do cartão vermelho.
Quanto à possibilidade de os treinadores efetuarem cinco substituições, duas delas ao intervalo, José Gomes também a vê com bons olhos: “Pode contribuir para que o futebol seja mais rápido e disputado, porque permite refrescar mais as equipas. É uma ideia que requer tempo para ver se é benéfica ou prejudicial”.
Já em relação ao fim do limite de idade dos árbitros, José Gomes não tem dúvidas: “Desde que os árbitros estejam bem física e mentalmente devem poder continuar a atividade para além dos 45 anos. A partir do momento em que superem todas as provas, físicas e outras, que são exigidas, não vejo porque não continuem. Há árbitros com 46, 47 anos em grande forma, que é um desperdício para o futebol que sejam forçados a parar”.
O "clássico" de sábado para a Taça de Portugal entre o FC Porto e o Sporting, que será arbitrado pelo portuense Jorge Sousa, também foi abordado por José Gomes, que espera que no final da partida “ninguém se lembre” do árbitro, depois das acusações do presidente "leonino" Bruno de Carvalho ao seu homólogo portista, Pinto da Costa.
“Enquanto o diálogo for entre os clubes não há pressão sobre o árbitro, mas apenas quando este é o alvo direto dessa pressão por parte dos clubes”, disse José Gomes, que não se eximiu a abordar a questão delicada dos salários em atraso dos árbitros referentes aos meses de julho e agosto.
“Os salários desses meses deveriam ter sido liquidados até 30 de setembro, mas só foi pago 75 por cento do valor total, tendo ficado acordado com a Liga que os restantes 25 por cento serão saldados até segunda-feira”, explicou José Gomes, para quem esse atraso “não vai ter qualquer implicação” no trabalho dos árbitros.
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