
A frase é forte, sim, mas expressa o sentimento de muitos benfiquistas para o dérbi de mais logo. Saiu da boca de um benfiquista, emigrante na Suíça, que falou à reportagem do SAPO Desporto nos arredores do Estádio da Luz, a poucas horas do jogo que pode decidir o campeonato.
De copo de cerveja na mão, acompanhado de mais dois um amigos, um na casa dos 30, outro já para lá dos 60, Sérgio veio propositadamente da Suíça para ver o dérbi do século, na Luz. Uma romaria que faz quando pode.
"É em jogos importantes como este e os outros porque no Benfica todos os jogos importantes", atira, de pronto, quando questionado se as viagens da Suíça até Portugal são frequentes ou apenas nos jogos grandes.
Se muitos benfiquistas sonham fazer já hoje a festa de campeão, Sérgio quer adiar.
"Vamos ganhar 1-0, para depois na última jornada irmos empatar a Braga", dispara. Mas se tiver de fazer já hoje a festa, o local não podia ser outro: Marquês de Pombal.
Enquanto esperam, impacientes, que a Polícia deixe passar da 'fan zone' do Benfica para o Alto dos Moinhos (com a eminente chegada da comitiva encarnada, a Polícia cortou a passagem na ponte que liga o Alto dos Moinhos ao Estádio da Luz), Sérgio conta-nos que o seu grupo tem 12 pessoas mas que, por enquanto, "cinco estão perdidos". Irá encontra-los por altura da festa, espera.
Num jogo que terá lotação esgotada, conseguir bilhete foi um '31'. Sérgio conta que foi "mais ou menos difícil" conseguir entradas para si e para o restante grupo, recusando-se a entrar em pormenores sobre a dificuldade.
De Norte a Sul para ver o Benfica campeão
Antes do Sérgio e do seu grupo de amigos emigrantes, a reportagem SAPO Desporto encontrou Tiago, por volta das 14h30. Estava a almoçar, juntamente com um grupo de 10 pessoas, todos amigos. Uns de Braga, outros de Guimarães, alguns de Lisboa. Tiago é de Guimarães.
Na mesa improvisada na 'Fan Zone', protegido do sol que queima por esta altura, degusta um pedaço de leitão assado numa generosa fatia de pão, e batata frita. O copo ao lado, de dimensões generosas, ainda vai a meio, mas a cerveja ainda está 'viva'. Além do leitão assado, há frango assado, pão, vinho, batata frita, e muito mais.
À primeira pergunta, Tiago, tal como muitos benfiquistas, mostra que não há 'ses'. E se o Sporting ganhar e fizer a festa na Luz?
"Impossível! Não vai acontecer. Não aqui, não na Luz", dispara de pronto, enquanto coloca uma batata em cima do pão, que por sua vez segura um pedaço de leitão assado. A confiança está alta e nem é por o Sporting não estar bem. É a típica crença benfiquista.
"Hoje vai ser 4-1. E depois vamos todos para o Marquês", vaticina.
A hora de almoço prolonga-se. Famílias e amigos reúnem-se à volta dos comes e bebes. Numa mesa ao lado, mais abastada, com caras conhecidas do universo benfiquista como João Cancela de Abreu, há frango assado, leitão, vinho tinto e branco devidamente acondicionado no gelo, mas também marisco como camarão e... percebes. É uma mesa mais 'gourmet'. Contam-se peripécias, fazem-se a tática, discute-se os jogadores e o Benfica.
Na zona do Alto dos Moinhos, por baixo do viaduto, 'voam' cervejas, grita-se pelo Benfica. Ouve-se petardos, atirados com muita frequência, são deflagrados potes de fumo vermelho. O cheiro intenso no ar torna a respiração difícil. Mas aqui respira-se Benfica, grita-se pelo Benfica. Quando um cântico acaba, há sempre alguém num outro lado, que puxa dos pulmões e começa outro. Os outros vão atrás.
O trânsito adensa-se, a Polícia vai ajudando quem tenta circular na zona. Chegam cada vez mais e mais benfiquistas.
A festa vai-se fazendo nos arredores do Estádio, mas também na zona do Alto dos Moinhos. Cresce a ansiedade, a medida que passam as horas antes do jogo.
As 18h00, entram os artistas em campo. E tudo poderá ser seguido EM DIRETO no SAPO Desporto.
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