O candidato à presidência do Sporting Ricardo Oliveira garante que não se vai calar perante a tentativa de Frederico Varandas de "hipotecar o futuro do clube para benefício próprio, com base num patético interesse eleitoral".
Em causa o anúncio hoje feito de Frederico Varandas, na véspera das eleições, de uma recompra dos Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC), detidos pelo Banco Millenium BCP, que suscitou uma forte reação de Ricardo Oliveira.
“Basta! Disse que iria lutar até ao limite das minhas forças pelos interesses do Sporting Clube de Portugal, e não posso admitir que alguém, seja ele quem for, hipoteque o futuro do clube para benefício próprio, com base num patético interesse eleitoral”, fez saber o candidato da lista B, através de um comunicado.
Ricardo Oliveira considera que não se pode calar quando a Direção em exercício, “com um único objetivo de manutenção no poder, e à custa do futuro do clube, ignora os sócios e compromete uma oportunidade única de gerar receita e garantir, não apenas a manutenção da maioria do capital da SAD, como o cumprir dos seus outros compromissos e canalizar investimento para a atividade desportiva e comercial”.
O candidato confessa que viu hoje, com espanto e muita indignação, como a Direção, enquanto anunciava uma antecipação de receitas e reclamava um acordo histórico para a compra dos VMOC, recusava responder a qualquer pergunta sobre a forma como esse suposto acordo terá sido alcançado.
“Quanto custa? Não sabemos! De onde veio o dinheiro? Não fazemos ideia! A que preço? Pelos vistos não interessa, desde que sirva de trunfo eleitoral” questionou Ricardo Oliveira, que passou a um exercício de fazer de conta sobre a postura de Frederico Varandas.
E deu alguns exemplos: “Podemos fazer de conta que não sabemos que já existia um acordo para a recompra, com um valor definido para os VMOC. Podemos fazer de conta que os estatutos do Sporting não obrigam a que a realização de operações de crédito que excedam 20% do orçamento de gastos e investimentos sejam submetidas à aprovação dos sócios em Assembleia Geral, como podemos fingir que não estamos em regime de duodécimos, por não haver orçamento aprovado”.
Para Ricardo Oliveira, pode-se, até, fingir que Frederico Varandas e a sua Direção “não se recusaram a informar os sócios em véspera de eleições, de uma operação decisiva para o futuro do clube, dos seus custos e consequências”.
“Podemos, até, fazer de conta que as intenções do timing deste anúncio não são hipócritas, eleitoralistas e planeadas, não podemos é fingir que o Sporting se pode dar ao luxo de perder mais de 90 milhões de euros, apenas e só para satisfazer o ego de Frederico Varandas”, prosseguiu o candidato da lista B.
Oliveira considera que hoje é “um dia histórico” para o Sporting, porque uma Direção em exercício escolheu “desprezar o processo democrático e os direitos dos sócios, tentando que uma ‘chico-espertice’, em véspera de eleições, a reconduzisse no poder sem que os sportinguistas pudessem ter tempo ou informação suficiente para decidir em consciência”.
Para Ricardo Oliveira, o atual presidente não pode tratar o Sporting como “uma associação de estudantes de liceu, sob pena de sofrer o mesmo destino daqueles que tanto criticaram”, e espera que os sportinguistas se informem a tempo de “não recompensar a imaturidade, a irresponsabilidade e a soberba de quem se considera mais importante do que o Sporting”.
Finalmente, explica que se calou quando Frederico Varandas se escondeu atrás de Rúben Amorim e abdicou de intervir enquanto candidato ou quando se serviu de meios do clube para fazer propaganda, enquanto negava acesso ao mesmo às outras candidaturas, desvalorizando o processo eleitoral e os sócios, porque entendeu que a sua campanha “deveria privilegiar a estabilidade do clube, institucional e desportiva, independentemente da estratégia eleitoral mais eficaz”.
O candidato recorda que Frederico Varandas, que há menos de quatro anos exigia debates e frente a frentes quanto lhe interessava aceder ao poder, negou agora aos outros associados os direitos que reclamava para si próprio, fazendo exatamente o mesmo que repetidamente censurava ao seu antecessor.
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