O presidente do Benfica confessou hoje que a contratação do futebolista Gonçalo Guedes, por empréstimo do Wolverhampton, não fazia parte da equação para a segunda metade da temporada, mas a vontade do jogador formado nas ‘águias’ foi crucial.

Com pouca utilização no conjunto da Liga inglesa, o avançado internacional por Portugal acabou por regressar ao clube lisboeta, numa operação resolvida em um dia e meio, “com muito mérito” para o atleta, segundo revelou Rui Costa.

“O Guedes não estava na equação inicial, não se pensava nessa possibilidade de ter em casa o nosso Gonçalo Guedes. Naquele momento, tínhamos a possibilidade de entrar na luta pelo empréstimo. Essa transferência foi feita em dia e meio, com muito mérito para o Gonçalo, que estava em negociações com outros clubes, de campeonatos mais valorizados”, começou por explicar o dirigente ‘encarnado’.

De acordo com o presidente das ‘águias’, “a partir do momento em que Guedes soube da vontade do Benfica, não hesitou em voltar a casa”, com Rui Costa a enumerar as razões que levaram a fechar a contratação por empréstimo até ao final época.

“Era uma carta fora do baralho, mas é uma mais-valia, um jogador da casa, português, que conhece o nosso campeonato e que queria jogar no Benfica, algo muito importante para mim. Não pensámos duas vezes também e trouxemos para casa o nosso Gonçalo Guedes”, justificou.

Sobre as contratações do norueguês Andreas Schjelderup e do dinamarquês Casper Tengstedt, o presidente explicou o porquê de apostar nos jovens nórdicos “muito talentosos”, mas que estão sem competir há muitas semanas.

“Olhando para o plantel e lacunas no plantel, em concordância com a equipa técnica, considerámos que precisávamos de mais um extremo e mais um homem de área. Dois jogadores de enorme qualidade e que representam o futuro. O Schjelderup tem 18 anos, fez uma primeira parte de época extraordinária. São dois jogadores que estavam em pausa e em fase de mini pré-temporada”, explicou.

Depois, Rui Costa recordou os tempos em que partilhou o balneário, enquanto jogador do Benfica, com jogadores escandinavos, para justificar a contratação de futebolistas dos campeonatos do norte da Europa.

“Fui colega de três deles: Mats Magnusson, Jonas Thern e Stefan Schwarz. Foi sempre um mercado que resultou no Benfica e que neste momento tem de ser visto com muito talento, com gerações extraordinárias. Olhamos muito para este mercado e encontrámos alvos que serão uma mais-valia para o nosso clube. Tivemos esse exemplo com o Fredrik [Aursnes]", argumentou.

Em jeito de balanço entre as entradas e saídas do plantel principal, garantiu que o líder isolado da L Liga portuguesa não gastou de forma exagerada no mercado de inverno, deixando claro que foram usados todos os critérios para existir equilíbrio desportivo e financeiro.

“Se excluirmos o Enzo [transferido para o Chelsea no último dia do mercado], porque não estaria contabilizado, não gastámos de forma exagerada no mercado de inverno. Estamos a usar todos os critérios para ter equilíbrio desportivo e financeiro, mas apontando à parte desportiva. Sabemos que linhas temos de percorrer e, acima de tudo, o projeto desportivo sempre à frente do financeiro. Não há qualquer ‘all-in’ do Benfica. Queremos chegar ao final da época e festejar títulos”, apontou.

Por fim, abordou as renovações dos guarda-redes Vlachodimos, que está “praticamente fechada”, e André Gomes, bem como dos defesas Otamendi e Grimaldo.

“Desde o período do mercado de agosto até agora, fizemos as renovações dos nossos jovens: António Silva, Morato, Florentino e temos praticamente fechada a renovação do Vlachodimos, mais o André Gomes. Tudo o resto são jogadores que queremos manter na casa e há negociações com todos eles. Independentemente do modo de como estão a decorrer, até final da época estamos todos juntos”, concluiu.