O candidato à presidência do Sporting Frederico Varandas quer "potenciar" a marca ‘leonina' e lembrou que o emblema de Alvalade "não pode ficar fora" da Liga dos Campeões, uma vez que o futebol é a ‘mola' dos clubes.
Em entrevista à agência Lusa, o antigo diretor clínico do Sporting e candidato pela lista D ao ato eleitoral de sábado, começou por dizer que foi "o único com coragem de desafiar" o anterior presidente, Bruno de Carvalho, que foi destituído pelos sócios, na Assembleia Geral (AG) de junho.
"Eu nunca tive o desejo pessoal de ser presidente do Sporting e, profissionalmente, não preciso do Sporting. Os sportinguistas perceberam que alguém teve de dar a cara. Uma ditadura não se combate no sofá. O mais importante é que no dia 23 de junho o Sporting voltou a ser dos sócios", afirmou o sócio 8.808 do clube de Alvalade.
Frederico Varandas lamentou as "calúnias, mentiras e difamações" que têm marcado a campanha eleitoral, mas também a história do Sporting. O médico, de 38 anos, considerou mesmo que "este ato eleitoral é decisivo para a história do Sporting" e destacou a importância do futebol nas receitas de qualquer clube, sobretudo através da presença na Liga dos Campeões.
"O Sporting ou apanha o comboio de vez ou então vamos ficar para trás. O futebol mudou. Há dois ou três anos, se o Sporting ficasse fora da Liga dos Campeões, com uma gestão criteriosa e com mais-valias da venda de um jogador, conseguia equilibrar. Hoje, os nossos rivais já encaixaram mais de 40 milhões de euros (ME) e ainda não começaram a fase de grupos. É facílimo chegarem aos 50 ME. O Sporting não pode ficar fora da Liga dos Campeões", frisou.
Varandas referiu que o Sporting "é o campeão das reestruturações financeiras, enquanto os outros vão ficando com os títulos": "Não vamos conseguir, durante muito mais tempo, ser competitivos com os nossos rivais, quando já temos uma diferença de cerca de 70 ME, entre receitas e mais-valias de vendas de jogadores. Vamo-nos aproximar cada vez mais de um [Sporting de] Braga e afastar de Benfica e FC Porto."
Para o candidato, as necessidades de tesouraria, que rondam os 125 ME, "são uma consequência e não uma causa", pelo que o clube de Alvalade tem de aumentar as receitas.
"A exploração da marca Sporting é amadora. Um clube com esta dimensão não pode faturar 3,9 ME em ‘merchandising’. O FC Porto tem menos adeptos, menos sócios, não está na capital e fatura 5,4 ME. O nosso rival da Segunda Circular [Benfica] fatura quase 10 ME. Temos de potenciar a marca Sporting", manifestou.
Frederico Varandas defende uma "gestão centrada no sócio", com forte implementação na área digital, à semelhança do que fez o Atlético de Madrid. Com estas medidas, o médico acredita que os ‘leões' podem arrecadar cerca de 10 ME por ano em receitas.
O aumento do número de sócios pagantes é outra das prioridades para o candidato: "O Sporting encaixa cerca de 9 ME em quotização, tem 170.000 sócios, 80.000 dos quais pagantes. A minha preocupação nem é aumentar o número de sócios, é fazer com que os sócios paguem as quotas. Se passar dos 80.000 pagantes para 100.000, estamos a falar de um aumento de 3 ME."
As eleições no Sporting estão marcadas para sábado.
Além de Frederico Varandas, concorrem ao ato eleitoral João Benedito (lista A), José Maria Ricciardi (B), Pedro Madeira Rodrigues (C), Rui Jorge Rego (E), José Dias Ferreira (F) e Fernando Tavares Pereira (G).
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