A decisão do Tribunal britânico tem sido
sucessivamente adiada (de 13 de Maio, passou mais tarde para 24 de Junho e 30
de Julho), por causa dos vários recursos interpostos pela defesa. Os advogados
do antigo dirigente encarnado justificaram os pedidos de adiamento com a
necessidade de aguardar por uma decisão final da Justiça portuguesa, quanto ao
cúmulo jurídico, ou seja, a pena que Vale e Azevedo deverá de facto cumprir.

Onze anos e meio de prisão

O processo de extradição arrancou no ano
passado, depois de ter sido emitido, a 11 de Junho, um mandato de detenção
europeu. Em causa, está o “Caso Dantas da Cunha”, no qual João Vale e Azevedo
foi condenado a sete anos e seis meses de prisão pelos crimes de falsificação e
de burla qualificada.

Em Portugal, o antigo dirigente benfiquista
tem outras penas de prisão pendentes: cinco anos no âmbito do chamado “Caso
Ribafria” e seis anos nos casos “Ovchinnikov e Euroárea”. Tendo em conta todas
as penas, a Justiça portuguesa definiu então, a 25 de Maio, como cúmulo
jurídico um total de onze anos e meio de prisão - decisão da qual Vale e
Azevedo recorreu, sendo ainda aguardada a decisão final do tribunal.

Decisão sobre extradição
pendente

Na sessão agendada para esta quinta-feira, o
colectivo de juízes deverá ouvir o antigo dirigente benfiquista e a magistrada
do Ministério do Público que representa a Justiça portuguesa. Só depois a
Justiça britânica tomará qualquer decisão.

Contudo, e de acordo com a agência Lusa, Vale
e Azevedo deverá hoje voltar a pedir um adiamento do processo de extradição,
alegando uma vez mais que a decisão final da Justiça portuguesa quanto ao
cúmulo jurídico a aplicar ainda não foi tomada.

João Vale e Azevedo encontra-se nesta altura
a viver em Londres, sob termo de identidade e residência. Com o passaporte
retido, está por agora impedido de abandonar o Reino Unido.