O treinador do Arouca, Vasco Seabra, reconheceu hoje que espera um Boavista de luta acrescida pela situação delicada que atravessa pela manutenção na I Liga de futebol, em duelo da 34.ª e derradeira ronda.

Para os 'lobos', a receção ao lanterna-vermelha, agendada para sábado, surge num contexto de conforto classificativo, com a garantia de permanência no principal escalão, em contraste com os 'axadrezados', que, para chegarem à posição de play-off (16.ª), precisam de vencer e esperar que AVS e Farense percam os respetivos encontros.

Ainda assim, o técnico arouquense não descarta a importância de findar o campeonato com um triunfo, mesmo que isso implique a despromoção do emblema que já orientou na temporada 2020/21.

"O Boavista é uma equipa difícil, que cresceu e tem uma energia muito positiva desde a chegada do novo treinador [Stuart Baxter]. Não é fácil de defrontar, porque frequentemente apela ao jogo em profundidade. Se naquela casa já é normal lutar do primeiro ao último minuto, com uma decisão destas ainda mais. Temos de saber jogar com isso, estar tranquilos, mas ter alma e ambição", sublinhou, na conferência de imprensa de antevisão à partida.

Por se tratar de um momento particularmente decisivo para os boavisteiros, Seabra não esconde que espera uma enchente composta por adeptos visitantes, lembrando as igualdades nos redutos de Vitória de Guimarães, Sporting e Benfica (todos por 2-2) para ilustrar a apetência da sua equipa em enfrentar ambientes adversos.

"Nós damo-nos bem com estes ambientes. Fizemos bons resultados em Guimarães, em Alvalade e na Luz, portanto sentimos que temos capacidade. Isso empolga-nos também, é uma dimensão boa do jogo. Disse algumas vezes que achávamos que poderíamos e deveríamos ter mais pontos, então temos de ser nós a demonstrá-lo", explicou.

Tendo assumido o comando técnico do Arouca à entrada para a 10.ª jornada, em novembro, sucedendo ao uruguaio Gonzalo García, fez um balanço positivo do seu percurso, ainda que tenha passado por um arranque conturbado e consequente descida ao último posto.

"Foi um campeonato duro e competitivo. Quando entrámos, tivemos logo jogos difíceis, mas tínhamos a expectativa de fazer bem as coisas. Confiávamos muito no plantel e nas pessoas que nos estavam a contratar. O balanço é de que poderíamos ter mais pontos e disputar lugares acima. Independentemente disso, penso que foi uma época em que conseguimos ir crescendo paulatinamente", analisou.

O Arouca, 12.º classificado da I Liga, com 35 pontos, recebe o Boavista, 18.º e último, com 24, em encontro da 34.ª ronda da I Liga de futebol, a partir das 18:00 de sábado, sob arbitragem de André Narciso, da associação de Setúbal.