O médio André André, do Vitória de Guimarães, considerou hoje que os treinos individuais provocam mais cansaço do que o trabalho em grupo, após o regresso da equipa da I Liga portuguesa de futebol ao relvado.
Sem pisar a relva desde março, face ao estado de emergência que vigorou em Portugal, no âmbito da pandemia de covid-19, o plantel treinado por Ivo Vieira regressou à academia vitoriana na manhã de segunda-feira, mas com os atletas separados, devido às orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), algo que custou ao jogador de 30 anos.
"[O treino] individualizado cansa mais rapidamente do que [o treino] em grupo. Os outros jogadores dizem o mesmo. Falta o contacto e a comunicação, e o futebol é um desporto coletivo. Se fosse sempre assim, eu não queria [treinar], porque custa muito. Não podemos estar juntos, a saber o que o colega vai fazer e vai dizer", descreveu, numa videoconferência promovida pelo clube.
Apesar do isolamento, André André assumiu estar com "grande motivação" e lembrou que o regresso às instalações vitorianas permite "sentir a relva", "sentir as chuteiras" e até conversar com os colegas, sempre com "as distâncias necessárias".
Além de treinarem individualmente, os jogadores vitorianos têm ainda, segundo o plano do departamento médico, de trabalhar com bola e material próprios, de rumarem à academia equipados de casa, face à interdição dos balneários, e de responder diariamente a questionários acerca de sintomas associados à covid-19, algo que o médio considerou necessário para o "bem-estar de todos".
Afastado da competição entre março de 2019 e janeiro de 2020, por causa da deformidade de Haglund, uma inflamação junto ao calcanhar, André André participou em nove dos últimos 10 jogos oficiais do Vitória, com dois golos marcados, e mostrou-se confiante de que vai "estar física e psicologicamente bem" nos desafios que restam, caso a I Liga seja retomada.
O campeonato pode regressar a partir de 30 e 31 de maio, segundo as medidas de desconfinamento aprovadas pelo Governo, e o Vitória de Guimarães, sexto classificado, com 37 pontos, tem "confiança e motivação" para atingir os "lugares europeus" - cinco primeiros - nas 10 jornadas que restam, vincou o atleta, que, em Portugal, representou ainda FC Porto e Varzim.
Questionado sobre a realização das partidas em falta à porta fechada, o jogador reconheceu que é "sempre diferente", até porque já realizou um jogo nessa condição pelos vitorianos, em Guimarães - empate com o Paços de Ferreira (2-2), em 2012/12 -, mas lembrou que as restantes 17 equipas da I Liga vão passar pela mesma situação.
"Jogar com o estádio cheio, perante os nossos adeptos, é sempre diferente, mas não somos só nós que vamos jogar à porta fechada. Espero que joguemos em casa e, jogando em nossa casa, estamos habituados a isso. Não vamos ter o apoio dos adeptos no campo, mas espero que nos deem força, dentro das suas casas", admitiu.
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