A requalificação do complexo do Restelo, que marcou “o primeiro golo” com a inauguração de um supermercado e um miradouro, permite ao Belenenses alcançar o saneamento financeiro, afirmou o presidente Patrick Morais de Carvalho.

“É o primeiro golo da requalificação do complexo, que é a base da sustentabilidade do clube nos próximos anos. Acredito que terá um impacto muito forte na vida associativa e social do clube. Pretendemos que seja o maior complexo desportivo e de lazer desta zona. Este pontapé de saída ajudou a resolver os problemas do passado e afastar uma série de fantasmas que pairavam sobre a instituição, conseguindo fazer o saneamento financeiro, para olhar em frente e projetar o futuro”, salientou, em declarações à Lusa.

A loja, de uma conhecida cadeia de retalho internacional, apresentou um investimento total de cerca de 12 milhões de euros, numa parceria com o Belenenses que revitalizou também toda a área circundante ao Estádio do Restelo, bem como um novo jardim na cobertura do supermercado, ao qual foi dado o nome Miradouro dos Rapazes da Praia.

“Este é o pontapé de saída. O Belenenses tem outras parcelas que tem de desenvolver aqui. Tem o seu parque desportivo, os campos de futebol e, a partir daqui, é acelerar o mais possível, com a ajuda da Câmara Municipal de Lisboa, para que as outras parcelas possam ser desenvolvidas e que seja garantida a sustentabilidade do clube”, reforçou.

A situação financeira do clube da Cruz de Cristo, atualmente a disputar a II Liga, depois de várias subidas consecutivas, desde a última divisão distrital de Lisboa, encontra-se melhor, mas Patrick Morais de Carvalho reconhece a necessidade de financiar a SDUQ para poder colocar o Belenenses novamente no escalão máximo do futebol português.

“Na situação económico-financeira, o clube está saneado e com saúde. Tem problemas sempre recorrentes de tesouraria, pois tem uma prática desportiva muito intensa, mas é essa também a força do Belenenses. Na sociedade desportiva, teremos de encontrar uma solução, pois a grande questão é como vamos colocar o Belenenses na I Liga. Com os seus recursos próprios apenas, o caminho é muito acidentado e difícil, como se está a ver este ano na II Liga. Portanto, temos de encontrar uma forma de financiar”, frisou.

No regresso aos campeonatos profissionais, os ‘azuis’ ocupam, a cinco rondas do fim, o 17.º e penúltimo posto da II Liga, com 23 pontos, a três do Feirense, em lugar de play-off de manutenção, e a sete da Oliveirense, primeira equipa em zona de permanência.

“O grupo de trabalho confia, os jogadores confiam e o treinador também. Se fosse fácil não era para nós. Temos vantagem no confronto direto com o Feirense e, portanto, vai ser uma guerra aberta até ao fim, pelo menos com eles. O nosso objetivo de momento é olhar para o play-off. Estamos a três pontos e será até ao fim”, ressalvou o dirigente.

Os derradeiros dias ficaram ainda marcados pelo falecimento de Manuel Andrade, aos 96 anos, que era o único sobrevivente da equipa do Belenenses que arrebatou o ainda hoje inédito título de campeão português do clube do Restelo, na temporada 1945/46.

“Era o último testemunho vivo do Belenenses campeão nacional. É um momento de grande tristeza, até porque era alguém que frequentemente vinha ao clube e convivia com os nossos veteranos. É uma lenda do Belenenses, que deixa gravado a letras de ouro o seu nome na história do clube”, lembrou o presidente, na direção desde 2014.

O Belenenses visita a Oliveirense no domingo, a partir das 11:00, em jogo a contar para a 30.ª jornada da II Liga portuguesa, no Estádio Carlos Osório, em Oliveira de Azeméis, que contará com a arbitragem de Tiago Martins, da Associação de Futebol de Lisboa.