Os holofotes exteriores, os gritos e forte apoio de uma legião de seguidores que enchiam a praia de Ribeira de Ilhas apontavam a Yolanda Hopkins o caminho para a segunda final da temporada, no entanto, a surfista portuguesa caiu na meia-final do EDP Ericeira Pro, quarta etapa da Challenger Series 2025/2026.

Depois de afastar nos quartos de final a norte-americana Alyssa Spencer, ex-top mundial, Hopkins (11,93 pontos) viria a ser afastada da última bateria do dia por India Robinson (12,83 pts), australiana que já experimentou a alta roda do Championship Tour (CT), em 2022 e 2024.

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Yo-Yo alcança a melhor prestação na etapa portuguesa e, mais importante, consegue na Ericeira o segundo melhor registo da temporada (vice-campeã do Ballito Pro, África do Sul).

Dá, desta forma, mais um passo de gigante para a inédita qualificação do surf feminino luso para o Championship Tour (CT), principal circuito da Liga Mundial de Surf (WSL), questão que desejava resolver na Ericeira.

“Ninguém me tira o segundo lugar”, disse a sempre sorridente, Yolanda Hopkins, uma vice-liderança provisória quando faltam disputar três etapas de uma temporada que se estende, excecionalmente, até março de 2026 e passa por Saquarema, Rio de Janeiro, 11 a 19 de outubro, Havai (Pipeline), 29 de janeiro a 9 de fevereiro e Newcastle, Austrália, 9 a 15 de março.

“Estou mais que confortável”, confessou aos jornalistas presentes na praia de Ribeira num areal repleto de apoiantes esperançados em testemunhar o inédito acesso da primeira portuguesa ao Circuito Mundial de Surf, qualificação ao alcance do top-7 do CS.

“Obviamente, estar a competir em casa é outra coisa”, testemunhou. E não faltou apoio à surfistas de 27 anos, em especial na meia-final.

“O Alentejo esteve aqui e em força. Pessoas que só vejo de vez em quando, quando vou surfar, vieram cá apoiar. Vieram do norte, do sul, do centro”, regozijou.

“Estava a surfar a onda e ouvi toda a gente aos gritos, é uma coisa muito especial e não podes replicar no resto do mundo”, confidenciou a vice-campeã mundial ISA.

“Foi um passo muito importante. E senti mesmo que estava a representar bem Portugal”, acrescentou Yolanda Hopkins, olímpica em Tóquio2020 e Paris2024.

“Estou feliz com o que fiz, toda a gente sabe do que sou capaz e vão ver mais lá no CT”, realçou, demonstrando não estar afetada pela eliminação, não uma “questão de surf”, mas sim “só por uma questão de ondas”, clarificou a atleta que sobressai em condições de mar maior, como foi o caso na Ericeira.

“A parte do desporto, é que dás o teu melhor e se dás o teu melhor e acaba por não acontecer, não acontece, fica para a próxima. É a mentalidade que tenho neste momento e quero apenas continuar assim”, assegurou.

“Desde o final do ano passado, fiz uma evolução incrível e mesmo a minha estratégia de heats já está completamente diferente, a minha maturidade. É só continuar”, finalizou.