O Sporting da Covilhã homenageou Edgar, jogador do clube com mais jogos na II Liga de futebol, de saída do emblema serrano que representou durante oito temporadas.
Na II Liga, ao serviço dos ‘leões da serra’, o central fez 267 jogos e marcou 25 golos, em sete épocas – houve uma em que não atuou –, o que levou a direção serrana a entregar a Edgar Sá o Prémio Reconhecimento - Medalha de Honra.
"Não sabia da homenagem. Foi uma surpresa. Senti uma emoção muito grande", diz o jogador de 37 anos, em declarações à agência Lusa.
Para Edgar, distinguido durante o jantar de aniversário do clube, perante muitos sócios, o gesto do clube é sinal de que a sua passagem pela Covilhã foi relevante.
"Sei que o que fiz neste clube foi algo importante. A homenagem demonstra que não fui mais um que passou por cá. Deixo aqui algo mais. Deixo aqui marca como jogador e como homem", sublinha o defesa, que na primeira temporada no Sporting da Covilhã marcou nove golos.
Edgar Sá, natural de Esmoriz, chegou à Covilhã a convite de João Cavaleiro, o treinador que mais o marcou nos serranos. Só tinha estado uma vez na cidade e estava hesitante em aceitar o convite, mas o incentivo do pai levou-o a agarrar a oportunidade de passar do Lourosa, da III Divisão, para a II Liga.
O jogador disse que encontrou um dos melhores grupos com quem viria a trabalhar, a época foi boa coletiva e individualmente e surgiu o convite para a I Liga, mas já tinha "dado a palavra" a outro clube.
Em 18 anos de carreira no futebol profissional, representou o Trofense, Lusitânia de Lourosa, Marco, Ovarense, Sporting de Espinho e Santa Clara, além das três passagens pelo Sporting da Covilhã.
No emblema serrano destaca dois momentos memoráveis: a subida de escalão conseguida nas grandes penalidades, após um jogo dramático, frente ao Olivais e Moscavide, em 2007/2008, e a disputa até à última jornada da promoção à I Liga em 2014/2015.
Na Covilhã o central aproveitou para se licenciar em Ciências do Desporto, curso que lhe deu "muitas ferramentas" e lhe deu uma visão mais analítica sobre o treino e, em concreto, sobre alguns exercícios.
Apesar dos 37 anos, Edgar Sá realça que o importante é como o jogador se sente fisicamente. Por isso pretende continuar a jogar e tem pena que a carreira não prossiga nos serranos.
"Acabou o meu ciclo aqui como jogador, vai-se abrir outro seguinte. Gostava de continuar, acho que tinha condições para o fazer e por isso não estou feliz, mas compreendo que terminou este ciclo e respeito a decisão do presidente, com quem construí uma relação também de amizade", salienta o defesa, ainda com o futuro em aberto.
A ideia é continuar a jogar. Só depois ambiciona integrar uma equipa técnica como preparador físico, para aplicar os conhecimentos adquiridos durante a licenciatura. "O curso abriu-me horizontes", realça. Entretanto, concluiu também o nível II do curso de treinadores.
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