O guarda-redes Vágner tem sido um dos esteios na melhor fase da presente temporada do Torreense na II Liga portuguesa de futebol e admitiu à agência Lusa querer olhar apenas para a parte superior da classificação.
“Eu não consigo ver a parte de baixo da tabela, só consigo ver acima” disse o único totalista da equipa que ocupa a 12.ª posição do segundo escalão, contando que uma das coisas que mais o “revoltava” [quando chegou a Portugal, em 2009, para representar o Estoril Praia] era o facto de existir a mentalidade de que havia equipas de “outros campeonatos”.
O conjunto comandado por Pedro Moreira atravessa a melhor fase da época no campeonato: depois do término da fase de grupos da Taça da Liga, o Torreense venceu cinco jogos, empatou três e perdeu apenas um, ciclo que permitiu à equipa subir várias posições na tabela e ter agora mais sete pontos do que a primeira equipa em zona de descida.
Desta série, acrescente-se, a formação de Torres Vedras manteve a baliza imaculada em quatro ocasiões, o que, segundo Vágner, é fruto da “mudança de mentalidade”.
“A mudança de mentalidade foi fundamental para inverter o início de temporada mais difícil”, evidenciou, recordando a troca de treinadores – Pedro Moreira substituiu Nuno Manta Santos à oitava jornada –, e salientando que a II Liga “é o campeonato mais competitivo em Portugal”.
Além disso, o emblema ‘azul-grená’ tem feito do Estádio Manuel Marques, em Torres Vedras, uma verdadeira ‘fortaleza’, como comprovam os triunfos sobre Moreirense, Estrela da Amadora e Farense (todos por 1-0), formações que ocupam os três primeiros lugares da competição, respetivamente.
“Isto demonstra o equilíbrio entre todos os clubes, não só a nível de orçamento como de qualidade dos grupos de trabalho”, destacou à Lusa, deixando rasgados elogios aos companheiros de equipa.
Sobre a jovialidade que continua a transparecer aos 36 anos, o brasileiro, que tem um currículo assinalável no futebol português, assume que ainda tem “muito para dar”.
“Individualmente tem sido um dos meus bons anos no futebol”, avaliou, justificando que ainda se sente “um menino” e que, por isso, poderá prolongar a carreira para lá dos 40 anos.
“Ainda me sinto um menino. Qualquer tipo de trabalho que fazemos, eu quero ser o melhor. E se não sou, estou sempre a bater-me com os primeiros. Sinto-me muito bem e com muito para dar”, asseverou, dizendo ter sido “muito bem recebido” no clube e deixando no ar o desejo de voltar a competir no escalão principal - em já jogou ao serviço do Estoril e do Boavista –, desta feita com as cores do Torreense.
“É um objetivo claro e foi essa a mensagem que passei quando assinei contrato. Com o que o clube tem vindo a evoluir, temos de olhar sempre para cima”, finalizou, concentrando agora atenções para o próximo jogo do campeonato.
O Torreense recebe o Académico de Viseu no sábado, às 11:00, na 22.ª jornada da II Liga.
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