A sucessão de Gilberto Madail na presidência da Federação Portuguesa de Futebol vai ser decidida no sábado, entre o candidato do “associativismo”, Carlos Marta, e o do “profissionalismo”, Fernando Gomes.
O presidente da Câmara Municipal de Tondela encabeça um elenco apoiado por várias associações distritais e regionais, integrando na sua lista para a direção o leiriense Júlio Vieira, o lisboeta Carlos Ribeiro e o eborense Amaro Camões, assim como o “vice” portuense António da Silva Pereira.
Apesar de aparentemente congregar menos apoios entre as associações distritais, o líder da Liga Portuguesa de Futebol Profissional apresenta cinco líderes destas estruturas na sua lista à Direção: Elísio Carneiro (Aveiro), Carlos Coutada (Braga), Rui Manhoso (Santarém), como efetivos, e os “suplentes” Horácio Antunes (Coimbra) e Auditom Melo Moniz (Ponta Delgada).
Pelo caminho ficaram os avanços de António Sequeira, antigo secretário-geral federativo, que não conseguiu as subscrições necessárias à sua candidatura, e Filipe Soares Franco, ex-presidente do Sporting, que, sem o apoio dos “leões”, abdicou da corrida criticando o “contar de espingardas” e a “necessidade quase infantil de não perder a onda dos mais variados interesses instalados”.
Nessa altura, já Gomes, incitado pelos clubes da LPFP, tinha dado o passo em frente e iniciado a campanha eleitoral, anunciando os seus coadjuvantes neste desafio – Humberto Coelho, Pauleta, Mónica Jorge e Pedro Dias – e o seu candidato à Mesa da AG, o social-democrata José Luís Arnaut. Mais tarde, apresentou o presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis e o seu antecessor na LPFP, Hermínio Loureiro.
Só a 13 dias da data limite para a formalização das candidaturas, Marta assumiu o avanço, integrando na sua lista Toni, candidatando-se a responsável das seleções, e Augusto Inácio, para as camadas jovens, e ainda Fernando Seara, presidente da Câmara Municipal de Sintra, no topo da lista para a Mesa da Assembleia-Geral.
Sem grandes clivagens programáticas, ambos defendem a centralização dos direitos televisivos, a criação da “Casa das Seleções” no Jamor, a proteção do futebolista português, a distribuição equitativa das receitas dos jogos da equipa das “quinas” e a distinção de Madail como presidente honorário – que lhe permite segurar o cargo de vice-presidente do Comité das Seleções Nacionais na UEFA.
Diferenças maiores registam-se na forma de encarar a arbitragem. Gomes aposta na continuidade de Vítor Pereira, patrocinando a transferência do atual presidente da Comissão de Arbitragem (CA) da LPFP para a FPF, agora que o “poder” regressa à estrutura federativa, enquanto Marta apoia a lista autónoma emanada da associação da classe (APAF), liderada por Luís Guilherme, também ele ex-presidente da CA da LPFP.
Os novos órgãos sociais da FPF serão eleitos pelos 84 delegados na AG da FPF, que, a 10 de dezembro, vão exercer o seu direito secretamente, naquele que é o primeiro sufrágio após a adequação dos estatutos federativos ao Regime Jurídico das Federações Desportivas.
Certa parece ser a presença de Fernando Gomes na Direção federativa, uma vez que, mesmo que não seja eleito presidente, poderá ser “vice”, por inerência à liderança da LPFP.
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