O presidente da Associação de Futebol de Lisboa (AFL), Carlos Ribeiro, acusou hoje o candidato à presidência da FPF, Fernando Gomes, de «utilizar os meios da Liga de Clubes», da qual é presidente, em «prol» da sua «campanha eleitoral».
«Vocês, jornalistas, devem saber, melhor do que ninguém, quem está por detrás da ‘máquina de propaganda’ que gere a sua campanha», disse à Agência Lusa Carlos Ribeiro, que recusa “fazer o mesmo” na AFL, considerando-se por isso “diferente”.
O líder da associação lisboeta não quis ser mais específico em relação à utilização de meios da Liga por parte de Fernando Gomes na sua campanha, limitando-se a considerá-la «incorreta» e a reafirmar que a sua conduta «é distinta».
Carlos Ribeiro assume o apoio a Carlos Marta, mas esclarece que o mesmo não vincula a AFL, que ainda não deliberou sobre este tema: «Tenho a minha opinião sobre qual a melhor candidatura e o melhor projeto, mas isso não implica que a AFL tenha a mesma posição».
Alega que a AFL «vai promover nas próximas duas semanas um debate sério» no seu seio, convidando os candidatos à presidência da FPF a «exporem as suas ideias» aos clubes da associação de modo a que estes tenham «mais elementos para julgar, decidir e influenciar» a posição da direção da AFL em relação às eleições.
Quanto ao seu apoio pessoal a Carlos Marta, justifica-o com o entendimento que formou, após quatro reuniões de esclarecimento em que esteve presente, de que a sua candidatura «é a melhor, quer em termos de pessoas que a corporizam quer em termos de projeto».
No que diz respeito à existência de uma iniciativa do Benfica e do Sporting, que apoiam a candidatura de Fernando Gomes, para convocar uma Assembleia-Geral da AFL no sentido de censurar e destituir a atual direção por um alegado apoio desta a Carlos Marta, o presidente da associação lisboeta confirmou-a.
«Tanto quanto sei existe, de facto, uma iniciativa nesse sentido, uma petição para censurar e destituir a atual direção, embora não tenha ainda sido formalizada até ao momento», informou Carlos Ribeiro, dizendo-se «sereno» em relação a essa iniciativa de alguns clubes lisboetas.
Questionado sobre a interpretação que faz desse descontentamento do Benfica e do Sporting, Carlos Ribeiro considerou que os clubes «têm total legitimidade para manifestar e defender os seus interesses particulares», mas alegou que estes “podem não coincidir com os interesses da maioria dos clubes” da AFL, designadamente os «não profissionais e distritais».
«A AFL tem cerca de 200 clubes e constou-me que há um movimento de clubes, das II e III Divisões, que têm uma posição contrária à censura e destituição dos atuais órgãos sociais», referiu Carlos Ribeiro, lembrando que a única iniciativa de pedido de uma AG da AFL partiu da direção para alteração dos estatutos dentro do prazo previsto, de modo a adequá-los aos novos estatutos da FPF.
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