O selecionador nacional Roberto Martínez concedeu recentemente uma extensa entrevista ao diário desportivo 'A Bola' onde abordou o passado, presente e futuro da seleção nacional portuguesa.

O técnico espanhol falou sobre a recente fase de apuramento para o Campeonato da Europa, destacando a flexibilidade tática da equipa portuguesa ao longo dos dez jogos de qualificação.

"Nós tivemos mais que dois sistemas. Durante os dez jogos do apuramento, tivemos sistemas com bola, tivemos sistemas sem bola, tivemos possibilidade de jogar com dois pontos de lança, possibilidade de jogar com jogadores por dentro. Tivemos a oportunidade de ter o Rafael Leão e o João Félix com ligação na ala esquerda. Nós tivemos muitas, muitas variações e eu acho que são essenciais. São essenciais porque permitem-nos sacar proveito do talento individual", começou por dizer Martínez.

A nível individual, o selecionador nacional evidenciou o trajeto de Bruno Fernandes nos jogos de apuramento, sublinhando ainda o nível de exigência que os jogadores que alinham na Premier League trazem para a equipa das quinas.

"Eu acho que o Bruno Fernandes teve um apuramento espetacular. A exigência de ser um capitão do Manchester United, de ser um capitão do Manchester City, de ter de ganhar a Premier League, ter de ganhar a Champions League, ter de ganhar a Taça, é uma exigência que é muito boa para nós. A seleção de Portugal tem a exigência de um clube grande", afirmou o espanhol.

Roberto Martínez abordou também o próximo Campeonato do Mundo, em 2026, realçando a importância que os jogadores que atualmente alinham nos escalões mais jovens irão ter nesse processo. Nesse âmbito, o treinador espanhol destacou dois nomes em particular.

"A primeira vez que vi o João Neves vi o talento, mas é muito imprevisível que o João pudesse estar na seleção A, com o nível que está a ter no Benfica. O perfil do jogador é o que é mais interessante para mim. Ver um jogador como o Geovany Quenda, que é um jogador de uma qualidade de um contra um, um jogador criativo... O caminho dos próximos meses e os próximos anos tem muito de imprevisível. Mas posso dizer aos adeptos do futebol português que o nosso talento na formação é constante e isso dá a garantia que no Mundial 2026 ou 2030", sublinhou.