O SC Braga conquistou este sábado à noite a sua terceira Taça da Liga, após bater o Estoril por 5-4 no desempate por grandes penalidades, isto após um empate a um golo no final dos 90 minutos. Os primeiros minutos indiciaram um jogo animado, com duas equipas focadas em chegar à vitória.
Contudo, o avançar do relógio foi esfriando as expectativas, e revelando um jogo muito atado e disputado mormente a meio-campo, e onde as defesas se superiorizaram sempre com facilidade aos desinspirados ataques.
Com a partida num impasse, a decisão por grandes penalidades parecia uma inevitabilidade praticamente desde o início da segunda parte, tendo o jogo arrastando-se até ao minuto 90 com muito poucas notas de destaque.
Da marca dos onze metros, os bracarenses acabaram por ser mais competentes, vencendo por 5-4, graças ao falhanço de Tiago Araújo.
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O jogo: Da troca de tiros à guerra fria
SC Braga e Estoril entraram em campo para protagonizar a final que poucos tinham previsto. Do lado dos bracarenses, Artur Jorge apenas trocou Pizzi por Abel Ruiz, herói do jogo das meias-finais, na esperança que o espanhol voltasse a decidir.
Já no Estoril, Vasco Seabra foi forçado a deixar de fora Rodrigo Gomes, emprestado pelos bracarenses, optando ainda por sentar no banco Volnei e Heriberto. Para os seus lugares entraram Tiago Araújo, Pedro Álvaro e João Marques.
À semelhança do que tinha acontecido diante do Benfica, os estorilistas entraram a pressionar alto, não dando grande tempo ao Braga para pensar. Esta postura acabou por dar os seus frutos, ainda nem cinco minutos tinham passado; Cassiano foi lançado na área, acabando por ser derrubado por José Fonte.
O árbitro Fábio Veríssimo não assinalou nada no momento, mas, após consultar o VAR, acabou por apontar para a marca de castigo máximo. Para além de ter sofrido a falta, Cassiano assumiu também a responsabilidade de bater o penalti, e, naquele que poderia ser um momento de vital importância para os canarinhos, não tremeu e fez o 0-1.
Tal como acontecera na meia-final, o Estoril marcava primeiro e ficava agora na confortável posição de esperar o adiantar do adversário no terreno para tentar rápidas transições. Por seu lado, o Braga procurava uma resposta pronta ao golo madrugador dos estorilistas e Abel Ruiz deu o primeiro aviso aos 12 minutos, obrigando Dani Figueira a defesa atenta.
Certamente que os comandados de Vasco Seabra contariam com mais uma dose de sofrimento na defesa, à semelhança do que ocorrera diante do Benfica, contudo, o Estoril certamente não estaria a contar com o momento de inspiração de Ricardo Horta.
Aos 20 minutos, o capitão dos bracarenses fez um golo que pode não ter levantado todo o estádio, até porque eram muitos os adeptos estorilistas em Leiria, mas certamente impressionou os 19 mil que estiveram no Magalhães Pessoa.
Ainda não tínhamos chegado a meio da primeira parte e já tínhamos golos das duas equipas, um ritmo elevado de jogo e um ambiente digno de uma final. Contudo, e contrariamente ao que se podia prever aos vinte minutos, a partida mudou por completo.
Referir que a oportunidade de golo seguinte surgiu apenas aos 84 minutos é exemplo perfeito daquilo que foi o resto do jogo.
Com efeito, foi praticamente uma hora (mais parecia uma ano), onde a partida cuja qualidade foi decaindo ao mesmo ritmo do termómetro, congelando numa batalha disputada principalmente no meio-campo.
Já os ataques, quando tinham oportunidade, mostravam total inoperância e incapacidade de incomodar as defesas que, com maior ou menor dificuldade, iam resolvendo as leves ameaças como que se deparavam, exceção feita ao supracitado lance aos 84 minutos, quando Pizzi obrigou Dani Figueira a aplicar-se.
Num jogo praticamente sem balizas, foi assim com naturalidade que os 90 minutos terminaram sem que o empate tivesse sido desfeito. O destino da Taça da Liga 2023/24 seria decidido através de grandes penalidades.
Aí, foi o SC Braga a sair por cima, mostrando maior competência. Ricardo Horta, João Moutinho Pizzi, Abel Ruiz e Musrati converteram os respetivos penaltis; do lado do Estoril, Volnei, Marqués, Heriberto e Wagner Pina também cumpriram. Contudo, e no quinto e decisivo pontapé, Tiago Araújo acabou por atirar por cima, pondo assim ponto final nas aspirações dos canarinhos em conquistar a sua primeira Taça da Liga.
Com esta vitória, os bracarenses somam o seu terceiro troféu em cinco finais disputadas, somando esta conquista às obtidas em 2012/13 com José Peseiro, e 2019/20 com Rúben Amorim.
O momento do jogo: Quando um remate vale por todo um jogo
Numa altura em que o SC Braga procurava reagir ao golo sofrido, o capitão Ricardo Horta resolveu abrir o livro. Aos 20 minutos, um canto batido na esquerda encontrou o capitão bracarense à entrada da área; o internacional português rematou de primeira, sem deixar a bola cair, para um golo verdadeiramente fantástico.
O melhor: Horta marcou e tentou fazer jogar
Dificilmente um jogador que marque o golo que Ricardo Horta marcou evitará o reconhecimento de melhor jogador em campo. Para além de ter apontando um tento extraordinário, o '21' do SC Braga foi quase sempre um dos mais esclarecidos numa equipa que, apesar de ter muita bola, não mostrou muito critério na hora de atacar a baliza do Estoril.
O pior: Um virtuoso virtualmente inexistente
Se por um lado o SC Braga pode contar com o seu elemento mais criativo, o mesmo não se pode dizer do Estoril. Com efeito, e ao contrário do que protagonizou nas meias-finais, Rafik Guitane esteve sempre muito longe do jogo, especialmente na primeira parte. Num jogo muito disputado a meio-campo, o extremo francês teve poucas oportunidades para por a sua apurada técnica ao serviço dos canarinhos, tendo também sido fortemente marcado pela defesa bracarense.
O que disseram os treinadores
Artur Jorge, treinador do SC Braga
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