Longe vão os tempos em que as qualidades de Vangelis Pavlidis eram colocadas em dúvida na Luz. Aos poucos, o avançado grego foi convencendo os críticos e, visto inicialmente como um avançado com boa capacidade para criar lances junto da área mas com pouco golo, descobriu em definitivo a veia goleadora de águia ao peito e já leva 18 golos na época na época (para além de oito assistências) .

Onze desses golos foram marcados nos últimos dez jogos e na noite de quarta-feira, frente ao Braga, voltou a ser dele o golo que decidiu a partida e colocou o Benfica nas meias-finais da Taça de Portugal, onde as águias vão agora defrontar o Tirsense.

Pavlidis foi o único a conseguir colocar a bola no fundo das redes num jogo em que o Benfica criou de várias situações de golo flagrantes, mesmo sem fazer uma exibição brilhante. Os encarnados dominaram por completo a primeira parte mas permitiram depois, na segunda, que o Braga fosse subindo mais no terreno e acreditasse até ao fim que podia empatar e levar a decisão para prolongamento.

A verdade, contudo, é que mesmo crescendo na partida no segundo tempo e acabando a encostar o Benfica à sua área, o Braga mostrou-se incapaz de criar lances de real perigo, dizendo mesmo adeus à Taça.

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O jogo: Um golo apenas selou um triunfo natural

O Benfica entrou dominador, a mandar no jogo, e bem cedo criou uma ocasião de golo. Akturkoglu trabalhou bem já dentro da grande área do Braga, mas acertou no poste. O primeiro quarto de hora foi de total domínio das águias, mas a intensidade baixou um pouco depois disso e o Braga também ameaçou por uma vez a baliza esta noite à guarda de Samuel Soares, num cabeceamento de Racic.

Só que depressa o Benfica voltou a remeter os minhotos ao seu meio-campo e a criar mais lances de perigo. Brilhou então Hornícek na baliza dos visitantes, adiando um golo das águias que acabou mesmo por surgir ainda na primeira parte. Pavlidis já tinha ameaçado algumas vezes e, depois de uma perda de bola de Paulo Oliveira em zona proibida, o esférico chegou ao grego, que ajeitou e, ainda de fora da área, atirou a contar.

O Benfica podia ter chegado ao 2-0 em cima do minuto 45, mas voltou a pecar na finalização e, com as mexidas de Carlos Carvalhal ao intervalo, o Braga mostrou-se diferente no segundo tempo. Surgiu mais vezes no meio-campo contrário, mas continuaram a pertencer ao Benfica os principais lances de perigo.

Só que a turma de Bruno Lage não aproveitou esses lances e a incerteza no marcador durou até ao apito final, com o Braga a pressionar nos últimos instantes, mas a nunca conseguir fazer Samuel Soares aplicar-se.

O momento: Finalmente o golo

O Benfica já tinha criado várias oportunidades para marcar, mas sem sucesso. E foi preciso um erro defensivo para o golo aparecer. Perda de bola por parte de Paulo Oliveira, que dominou mal o esférico e o perdeu para Dahl, que de pronto tocou para Pavlidis. Receção orientada do grego, a ajeitar para o melhor pé, o direito, e a atirar fortíssimo de fora da área, fazendo a bola entrar junto ao primeiro poste. Um grande golo a decidir a partida.

O caso: Silva puxou Navarro?

O Braga entrou melhor no segundo tempo e começou a fazer a bola chegar mais vezes à grande área do Benfica. Num desses lances, Fran Navarro, que saltou do banco ao intervalo, tentou receber uma bola com António Silva nas suas costas, acabando no chão, a pedir grande penalidade.

A figura: Ao som dos golos de Pavlidis

O grego tem sido preponderante nos últimos tempos no Benfica e voltou a assinar o golo que fez a diferença. Falhou outros, é verdade, mas foi ele a decidir o jogo. Nos últimos dez jogos leva 11 golos e três assistências. Só não marcou em dois (nos quais só atuou nos 20 minutos finais).

As reações

- Lage destaca "mês de fevereiro difícil", Dahl diz-se"muito feliz desde o 1.º dia" e Pavlidis está "mais adaptado ao estilo de jogo"

- Carvalhal analisa derrota do Braga frente ao Benfica: "Os nossos meninos-adultos tiveram uma prestação muito boa"

O resumo