A tarefa, convenhamos, não era complicada. Ninguém esperava que este Sporting tivesse dificuldades diante do atual último classificado da Serie A do Campeonato de Portugal, quarto escalão do futebol português. Mas, depois da primeira derrota a nível interno - sofrida da forma que foi sofrida, no dérbi com o rival Benfica - e após uma paragem para as seleções, havia alguma expetativa para ver como os leões iriam reagir, antes de batalhas que de adivinham bem mais complicadas (a primeira já quinta-feira, em Itália, contra a Atalanta, antes de duelos com Gil Vicente, em casa, e V.Guimarães, fora, para a Primeira Liga).

E, mesmo sem fazer uma exibição deslumbrante e sem aplicar um ritmo muito intenso (sobretudo na primeira parte), o Sporting acabou por chegar a uma vitória por números que, certamente, ajudarão a devolver a confiança à equipa, se é que alguma vez a perdeu.

O jogo com o Dumiense serviu, também, para Rúben Amorim fazer algumas experiências, utilizar alguns jogadores menos rodados e transmitir confiança a outros, que dela tanto precisam. Amorim lançou, por exemplo, Luís Neto no onze e o veterano respondeu com o primeiro golo do jogo, o seu primeiro de sempre de leão ao peito. Deu também a titularidade a Francisco Trincão e este estreou-se, finalmente, a marcar na presente época. E Paulinho aproveitou para voltar a dizer presente quando é chamado, desta feita com um hat-trick. Faltou, talvez, aproveitar a oportunidade para colocar em campo alguns jovens.

Quando ao Dumiense, fez o melhor que pôde e soube contra um adversário literalmente de outros campeonatos. O clube vindo do município de Braga já tinha feito história ao chegar até aqui e, mesmo goleado, saiu de Alvalade debaixo de uma forte ovação por parte dos muitos adeptos que vieram do Minho para apoiar a equipa e que se fizeram ouvir durante os 90 minutos. É esta a magia da 'festa da Taça'.

As fotos que contam a história do encontro

O jogo: goleada anunciada foi surgindo a pouco e pouco

O Sporting entrou em campo a dominar, mas a jogar numa toada lenta. Ainda assim, marcou cedo, num cabeceamento de Luís Neto após pontapé de canto cobrado por Nuno Santos. O golo madrugador acabou desde logo com qualquer tipo de ansiedade que pudesse vir a surgir, mas permitiu ao Sporting manter o mesmo ritmo pouco intenso.

Ainda assim, e mesmo sem criar muitas oportunidades, os leões chegaram com naturalidade ao segundo golo. Outra vez na sequência de um pontapé de canto de Nuno Santos, desta feita com Paulinho a colocar a bola no fundo das redes, para o seu primeiro golo no jogo, depois de alguma confusão na grande área contrária.

Se marcou cedo na primeira parte, o Sporting marcou ainda mais cedo na segunda. Trincão fez o 3-0 logo a abrir os segundos 45 minutos e a partir daí tudo foi simples. O Dumiense, que depois disso até conseguiu os seus dois ou três melhores remates no jogo, quebrou ainda mais em termos de organização defensiva e depressa o Sporting fez o 4-0 (por Coates, em noite especial, outra vez após canto de Nuno Santos) e o 5-0 (também de cabeça, com Paulinho a bisar).

O ritmo, contudo, continuava a não era muito elevado. Amorim já tinha lançado um habitual titular, Marcus Edwards e, depois, resolveu colocar outro: Viktor Gyokeres. Para infelicidade do Dumiense, o sueco não sabe jogar de outra forma que não seja com intensidade e ritmo elevado. Então, 'foram dele' os 28 minutos em que esteve em campo. Assistiu Paulinho para o 6-0 (hat-trick carimbado), sofreu a grande penalidade que Nuno Santos converteu para elevar para 7-0 e fechou ele mesmo a contagem nos 8-0, com um belo golo.

O momento: Luís Neto 'mata borrego' e abre caminho à goleada

Costuma dizer-se que nestes jogos o que custa mais é marcar o primeiro golo. Luís Neto teve o condão de o marcar cedo para o Sporting, logo aos 8 minutos, num excelente cabeceamento. Estava feito o mais difícil e aberto o caminho para uma goleada 'das antigas'. Um momento decisivo no jogo e que Luís Neto certamente não esquecerá: é que o veterano defesa de 35 anos nunca tinha marcado de leão ao peito e não festeja um golo há dez anos...

A figura: Paulinho vezes três

Umas vezes criticado, outras tantas adorado. Paulinho continua a dividir opiniões, conforme brilha num jogo ou passa ao lado de outro. Mas na noite de domingo, frente ao Dumiense, mostrou o que vale. Três golos - um pleno de oportunidade, a aproveitar um lance confuso na área contrária, outro com um cabeceamento fulgurante e outro com muita classe, de calcanhar. Pelo meio, também de calcanhar, uma assistência (para o golo de Trincão).

As reações

- Paulinho e Rúben Amorim destacam respeito que o Sporting mostrou pelo Dumiense

- "Ver os meus jogadores a chorarem antes do jogo...". Técnico do Dumiense destaca momento único na carreira dos atletas

O resumo