E vão três. O Sporting reiterou este sábado a sua superioridade nesta época sobre o Benfica, consumando a terceira vitória em outros tantos dérbis. Depois da Supertaça e da Liga, chegou ontem a vez da Taça de Portugal ver novamente os leões a sorrir. Para a história fica esse inédito registo histórico para o clube de Alvalade nos últimos 60 anos e, naturalmente, o resultado final: 2-1, após prolongamento.
Rui Vitória tentou inverter o ciclo negativo e mudou a tática do Benfica para mais um ‘round’ contra Jorge Jesus. Todavia, o melhor que conseguiu foi um empate no tempo regulamentar e perder apenas no tempo extra. Já Jorge Jesus prosseguiu a sua marcha triunfal sobre a ‘estrutura’ do Benfica e alimentou mais um pouco a aura de especialista em dérbis: 13 vitórias em 18 possíveis.
Indubitavelmente, a pressão do desafio pesava mais nos ombros encarnados, fruto da má imagem nos anteriores dérbis. Esse sentimento terá ganho ainda um pouco mais de peso entre os adeptos do Benfica, quando estes viram Slimani atirar ao poste logo aos cinco minutos. Contudo, o grego Mitroglou encarregou-se de devolver a crença ao Benfica. Um golo madrugador, logo aos sete minutos, na primeira ocasião de golo dos bicampeões, deixou o Benfica na liderança do marcador em Alvalade.
Com uma formação mais compacta e robusta, sobretudo no meio-campo, o Benfica mostrava desta feita mais argumentos, ao retirar espaços e iniciativa ao Sporting, que raramente conseguia criar real perigo. A exceção eram essencialmente os lances de bola parada, que deixavam continuamente Júlio César em sobressalto.
A passagem do tempo fez o Sporting crescer novamente, graças às correções posicionais de Jorge Jesus, e os leões foram premiados com o golo do empate em cima do intervalo. Adrien respondeu de primeira no coração da área com um tiro colocado, na sequência de uma jogada de insistência do ataque leonino e que tirou o guardião do Benfica do seu posto na baliza.
Se o golo ao cair do pano deixou Alvalade ao rubro, o Sporting regressou para a segunda parte claramente ‘ligado à corrente’. Com Gelson Martins no lugar do apagado Montero, os leões voltaram com uma dinâmica e uma velocidade renovadas, criando sucessivos momentos de perigo no último reduto encarnado.
A réplica que o Benfica tinha conseguido dar no primeiro tempo havia desaparecido e Rui Vitória reforçou o espírito de luta com André Almeida no lugar de Pizzi. Foi o ingrediente necessário para estancar o assédio leonino por alguns minutos, permitindo assim o reequilíbrio da batalha do meio-campo. Os encarnados galvanizaram-se então para uma reação em busca do segundo golo, com os tiros de longe de Talisca e Eliseu a darem o aviso.
Foi sol de pouca dura, já que o Sporting lançou um assalto final que quase teve direito a prémio. Por duas ocasiões, Slimani teve o “ouro nas mãos”, mas Júlio César, primeiro, e a falta de pontaria, depois, ditaram o adiamento da decisão para o prolongamento com o 1-1 a resistir até ao apito final.
No tempo extra, as cautelas ganharam o duelo ao risco. No entanto, aos 113 minutos, o argelino redimiu-se dos falhanços no tempo regulamentar e com uma recarga eficaz ao primeiro remate de Adrien conseguiu fazer o 2-1. Os cerca de 45 mil adeptos no estádio José Alvalade soltaram a festa, sentindo que a vitória já não escaparia.
O segundo golo leonino foi um rude golpe no Benfica, agravado com a expulsão por protestos de Samaris (a que se juntou a do guardião suplente Ederson ainda nos 90 minutos) e a lesão grave de Luisão (fratura do antebraço esquerdo), que deixou os bicampeões nacionais reduzidos a nove nos instantes finais. Esse lance ficou ainda marcado pelos fortes protestos encarnados para uma alegada grande penalidade que teria ficado por marcar.
Sem marcações ou alterações, o Sporting acabou por terminar os 120 minutos com uma vantagem de 2-1, sentenciando assim o adeus do Benfica à Taça de Portugal.
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