A direção do Tirsense reconheceu hoje que vai ser difícil receber o Benfica no seu estádio para a primeira mão das meias–finais da Taça de Portugal de futebol, devido ao sistema de iluminação e ao relvado.

Em declarações à Lusa, João Magalhães, vice-presidente, assume o desejo de receber “a festa da Taça” em Santo Tirso, mas admite que há “situações difíceis de resolver em tempo útil” no Estádio Abel Alves de Figueiredo, nomeadamente a substituição do relvado, “muito antigo e saturado”, a resolução dos problemas na iluminação e a instalação de cadeiras num recinto que alberga 8.000 espetadores.

“É muito difícil jogar no Abel Alves de Figueiredo. Substituir um relvado num mês é praticamente impossível. Temos isso em cima da mesa. Estamos a fazer os nossos contactos e a tentar perceber a viabilidade, mas sabemos o quão difícil será”, realçou, ao projetar o encontro da primeira mão, provisoriamente agendado para 02 de abril.

Dirigente do primeiro clube do quarto escalão nacional a atingir uma meia-final da ‘prova rainha’, após a vitória de terça-feira sobre o Elvas (2-0), nos ‘quartos’, João Magalhães assume que o clube nortenho estava à espera do vencedor do Benfica – Sporting de Braga (1-0), disputado na quarta-feira, para realizar contactos a propósito de outros estádios para o jogo como anfitrião e admite que esse é o “maior ‘handicap’” da meia–final.

“Isso mexe um bocadinho com os adeptos. Se já vai ser uma experiência memorável, se a pudéssemos fazer dentro de portas, então seria fantástico para toda a gente, para o concelho e para a cidade. Infelizmente, não estão reunidas as condições”, acrescenta, sem adiantar quais as hipóteses para ‘palco’ da primeira mão.

Embora tenha assistido à eliminatória entre ‘águias’ e bracarenses sem preferência pelo vencedor, João Magalhães frisa que o reencontro com o adversário da meia-final da Taça de Portugal de 1970/71 garante “uma mais-valia financeira”, já que 75% da receita líquida de cada jogo é dividida pelos clubes e os restantes 25% revertem para a Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

“O orçamento do Tirsense comparativamente com o orçamento do Benfica é uma gota do oceano. Estamos a falar de um valor irrisório para a realidade do Benfica. Para nós, o impacto da receita, tanto televisiva, como de bilhética, será muito importante”, admite.

O dirigente do nono classificado da Série A do Campeonato de Portugal vinca ainda que os jogadores e os adeptos estão motivados para defrontarem o Benfica no Estádio da Luz, na segunda mão da semifinal, provisoriamente agendada para 23 de abril.

“Vai ser uma experiência única, tanto para os jogadores no Tirsense, que, na sua grande maioria, nunca tiveram oportunidade de jogar no Estádio da Luz (...). Para eles, será uma grande experiência e para os adeptos também. Será um dia memorável, uma noite inesquecível para toda a gente”, perspetiva.

Nas meias-finais da edição da Taça de 1970/71, o Tirsense foi batido duas vezes pelo Benfica, por 3-1, em Santo Tirso, e 5-1, em Lisboa, acabando os ‘encarnados’ por chegarem à final, então vencida pelo Sporting, por 4-1.