Ainda não foi desta. O Benfica viu-se esta tarde derrotado pelo Real Madrid no Centro Desportivo de Colovray, em Nyon, junto à sede da UEFA, num jogo emocionante, e deixou assim escapar mais uma vez a oportunidade de erguer o troféu da UEFA Youth League, ao ser derrotado numa final da prova pela terceira vez na história, depois das derrotas nas edições de 2013/14 (frente ao Barcelona, por 3-0) e de 2016/17 (frente ao Salzburgo, por 2-1).
Um golo de Pablo Rodríguez à passagem do minuto 26, e um autogolo de Jocu perto do intervalo levaram o Real com uma vantagem confortável para o intervalo. O Benfica reagiu no segundo tempo, até marcou por duas vezes, com Gonçalo Ramos a bisar na partida e Tiago Dantas a falhar uma grande penalidade, mas o Real marcou mais um, pelo meio, e acabou mesmo por conquistar pela primeira vez a prova e suceder, desta forma, ao FC Porto como vencedor desta espécie de Liga dos Campeões dos mais novos da UEFA.
O Benfica apostou praticamente no mesmo 'onze' que havia goleado o Ajax nas meias-finais, apenas com Henrique Araújo no lugar do castigado Paulo Bernardo, e, com Luís Filipe Vieira, presidente do clube, e Rui Costa em Nyon a assistirem ao jogo, as jovens 'águias' entraram melhor e remeteram o Real Madrid ao seu meio-campo nos primeiros minutos da partida.
Os madrilenos, mais recuados, tentavam aguentar a pressão 'encarnada', mas mostravam dificuldades em conseguir sair da sua zona defensiva neste minutos iniciais. Porém, aos poucos a turma 'merengue' foi-se encontrando e acabou por ser mesmo a primeira a criar verdadeiro perigo. Filipe Cruz foi, então, decisivo para evitar males maiores para o Benfica, ao desarmar Rodriguez quando este, solto de marcação na grande área das 'águias', se preparava para rematar.
Apesar da boa entrada no jogo, só aos 17 minutos o Benfica rematou pela primeira vez à baliza do Real. Embaló ultrapassou o lateral Santos e, em boa posição, atirou ao lado da baliza à guarda de Luis López. Em contra-ataque, contudo, o Real mostrava-se mais perigoso e Park esteve muito perto de fazer o 1-0, valendo aos 'encarnados' mais um corte exemplar, desta feita de Tomás Araújo.
E foi mesmo o conjunto madrileno a ganhar vantagem. Lançamento lateral rápido para Arribas, que cruzou para a grande área do Benfica, onde Rodríguez aproveitou uma desatenção da defesa 'encarnada' para se antecipar e, de cabeça, abrir o marcador.
O encontro seguiu na mesma toada, com o Benfica a ter mais bola, a passar mais tempo no meio-campo contrário e a conquistar vários pontapés de canto, mas a teimar em não conseguir criar lances de grande perigo. Do outro lado, sempre que o Real acelerava as 'águias' passavam por dificuldades, e o 2-0 chegou ainda antes do intervalo, num lance infeliz de Jocu. Arribas, uma vez mais a dar muitas dores de cabeça à defesa contrária, tirou o brasileiro Morato do caminho e Jocu, que já tinha perdido a bola no início do lance, colocou a bola no fundo da própria baliza, na tentativa de interceptar o esférico.
O Benfica recolheu aos balneários a perder por 2-0 e Luís Castro, técnico dos 'encarnados', lançou Rafael Brito e Ronaldo Camará no arranque do segundo tempo. As mexidas pareceram surtir efeito logo a abrir. Aos 49 minutos, Embaló arrancou pela direita e assistiu Gonçalo Ramos, que à primeira ainda permitiu a defesa de Luis López, mas na recarga não perdoou e fez mesmo o 1-2.
Porém, o alento que o golo podia trazer à formação portuguesa durou pouco. Praticamente no lance seguinte, o Real Madrid chegou ao 3-1, por intermédio de Gutiérrez. Park desequilibrou pelo flanco direito, cruzou rasteiro, Kokubo, guarda-redes do Benfica, não conseguiu chegar à bola e, ao segundo poste, Gutiérrez voltou a colocar o Real com dois golos de vantagem.
O Benfica, contudo, não baixou os braços e, num arranque de segunda parte verdadeiramente de loucos, voltou a marcar, uma vez mais por intermédio de Gonçalo Ramos. Na sequência de um pontapé de canto batido por Tiago Araújo, o 'camisola 9' dos 'encarnados' cabeceou para o 2-3. Foi o oitavo golo do jovem na prova.
A emoção não parou. O Benfica continuou a carregar e conquistou uma grande penalidade à passagem do minuto 68. Contudo, na conversão do castigo máximo, Tiago Dantas permitiu a defesa de López, que adivinhou o lado do remate e negou o empate.
As 'águias' ainda voltaram a estar perto do empate pouco depois, mas a bola voltou a não querer entrar e o tempo ia-se esgotando até que, já nos descontos, a igualdade voltou a estar à vista, mas desta feita foi negada pela trave, que impediu o golo de Henrique Araújo.
Pouco depois soava o apito final e o Benfica acabou mesmo por não conseguir chegar ao golo do empate, não evitando assim a terceira derrota em três finais da prova. A tal maldição de Bela Gutman parece que também se estende a esta competição europeia destinada aos mais jovens...
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