A ministra francesa do Desporto, Roxana Maracineanu, disse hoje que espera que a Volta a França em bicicleta e o torneio de ténis de Roland Garros possam decorrer, com ou sem público, sem contudo confirmar a sua realização.
O Tour está programado para decorrer entre 29 de agosto a 20 de setembro e Roland Garros, o único ‘Grand Slam’ disputado em terra batida, logo a seguir, de 20 de setembro a 04 de outubro, mas, em declarações à France Télévisions, a ministra foi cautelosa quanto à realização dos eventos.
“Pedem-me para manter o Tour, mesmo à porta fechada. Espero que decorra, mas não tenho a certeza. Ainda é muito cedo para dizer, não sabemos como será a epidemia após o confinamento”, referiu a ministra Roxana Maracineanu, sem dar qualquer indicação ou esperança quanto à confirmação das datas.
Caso a Volta a França, originalmente agendada entre 27 de junho e 19 de julho, tenha mesmo que ser realizada sem público, a ministra conta que “as pessoas estejam cientes da crise atual e obedeçam”, no que toca a evitar a presença na beira da estrada a incentivar os ciclistas, pois “é a única forma de evitar que a pandemia alastre”.
O mesmo se aplica ao torneio parisiense de Roland Garros – inicialmente agendado entre 24 de maio e 07 de junho -, que, juntamente com o Tour, constitui um dos principais eventos desportivos realizados em solo francês e que deverá também decorrer à porta fechada
“Tanto o Tour como Roland Garros são símbolos do desporto profissional com audiência. Os ‘courts’ de Roland Garros têm muitos lugares para preencher e seria a pior solução competir sem público. Mas, não hesitaremos em fazê-lo se a sobrevivência desses desportos estiver em risco”, afirmou.
Roxana Maracineanu reagiu ainda a algumas críticas e insatisfações relacionadas com a área do futebol profissional, afirmando que “a Liga assumiu as suas responsabilidades ao interromper a temporada” e que fará “tudo para apoiar as autoridades nas tomadas das suas decisões”.
Questionada sobre os conselhos a dar aos franceses após 11 de maio, dada prevista para o regresso da prática desportiva, Roxana Maracineanu alertou para o facto de o exercício físico ter que ser “encarado como um problema de saúde pública real”.
“O importante é redescobrir a vida social que os praticantes tinham no clube ou associação. Mesmo que alguns, como desportos de combate, natação e desportos de equipa, não consigam retomar a sua prática normal. Quero que o desporto seja algo simples, como durante o confinamento”, explicou.
Com a declaração de pandemia, em 11 de março, inicialmente alguns eventos desportivos foram disputados sem público, mas, depois, começaram a ser cancelados, adiados – nomeadamente os Jogos Olímpicos Tóquio2020, o Euro2020 e a Copa América – ou suspensos, nos casos dos campeonatos nacionais e provas internacionais de todas as modalidades.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de COVID-19 já provocou mais de 251 mil mortos e infetou quase 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de um 1.1 milhões de doentes foram considerados curados.
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