O Presidente da República lamentou hoje a morte do colecionador João Magalhães, fundador do Museu Automobilístico e da Moda de Málaga, recordando a sua “importante coleção de automóveis de várias épocas e de vestidos e outros objetos de moda”.
Numa nota divulgada na página oficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa evoca João Magalhães, que morreu esta quarta-feira aos 79 anos, referindo que “teve a oportunidade de visitar o seu Museu Automobilístico e da Moda, em Málaga, quando ali se dirigiu para uma exposição de Paula Rego”.
“João Magalhães dedicou a sua vida a esta importante coleção de automóveis de várias épocas e de vestidos e outros objetos de moda, numa combinação original e interessante”, lê-se.
Na nota, o chefe de Estado apresenta os seus sentimentos aos familiares e amigos de João Magalhães.
De acordo com o diário Sur, João Magalhães, prestes a cumprir 80 anos, estava internado há três meses devido a uma pancreatite aguda.
A coleção de veículos clássicos, aberta ao público numa das alas da antiga fábrica de tabaco de Málaga, era considerada uma das mais importantes da Europa, segundo a agência EFE.
João Magalhães explicou na inauguração do museu, em 2010, que começou a sua coleção cinquenta anos antes, com o objetivo de criar "um projeto inovador em relação a outros museus de automóveis do mundo", associando os modelos de carros com a arte e a moda de cada época.
O modelo mais antigo da coleção é o Winner Horseless, de 1898, e entre os mais valiosos está um Mercedes 540 K, de 1934, que se tornou "um símbolo do regime nazi", explicou o colecionador, na altura, avaliando este carro em cerca de 700 mil euros.
Ao longo dos anos, o colecionador português reuniu modelos de marcas de referência mundial como Mercedes, Ferrari, Lamborghini, Bentley, Aston Martin, Rolls Royce, e também, no mundo da moda, criações originais da Chanel, Valentino, Prada, Gucci, Versace, Dior, Balenciaga, Yamamoto, e Yves Saint Laurent, segundo o ‘site’ do museu, em Málaga.
Magalhães herdou do pai - um industrial do setor têxtil de Caldas de Vizela, distrito de Braga - o gosto pelo colecionismo de modelos antigos de automóveis, e foi alimentando o projeto de juntar essas peças a adereços de moda e mobiliário que percorressem várias épocas.
Antes de chegar a Málaga, a coleção, que não tinha sido antes exposta ao público, encontrava-se dispersa por vários armazéns do Porto, segundo o colecionador, que chegou a fazer propostas a 11 cidades espanholas para serem reunidas num museu, perante a "falta de interesse" do Governo português.
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