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Uma queda não impediu um novo recorde pessoal.
Clarisse Cruz sofreu, este sábado, até ao fim, já fora da pista, para ver confirmada a qualificação para a final dos 3.000 metros obstáculos dos Jogos Olímpicos Londres2012, depois de uma queda que não impediu um novo recorde pessoal.
Com 9:30,06 minutos, a atleta do Sporting retirou 10 segundos àquele que era o seu melhor registo (9.40,30), estabelecido já este ano, e só não conseguiu a qualificação direta porque a espanhola Marta Dominguez, campeã do Mundo em 2009, negou-lhe o quarto lugar na reta final.
«No último mês, estava a sentir-me muito bem, trabalhei bem nos Europeus, andei sempre com as melhores. Sentia que podia fazer grande marca. (...) Estava à espera de fazer o recorde pessoal, mas não esperava tanto. A minha ideia andava pelos 9.35 ou 9.34. Conseguir fazer este resultado foi excelente, estou sem palavras», disse a atleta, 34.ª em Pequim2008.
A queda podia ter deitado tudo a perder, mas Clarisse Cruz acabou por sofrer mais no final, de olhos pregados no ecrã, a ver a terceira e última série, «adivinhando» à entrada da última volta que a 15.ª e última apurada seria ela. E foi, por um segundo.
«Não sei como toquei no obstáculo, eu que tenho sempre cuidado. Já não é primeira vez que caio neste obstáculo da meta. Como bati com o joelho, deu para levantar e ir para frente. Depois, esqueci e foi o melhor que fiz. Estar na final é ouro sobre azul. Ser das 15 primeiras nuns Jogos Olímpicos é fruto de muito trabalho», contou Clarisse.
A sua série foi ganha pela etíope Sofia Assefa, quinta nos Mundiais de Daegu2011,que correu em 9.25,42 minutos, à frente da tunisina Habiba Ghribi e da norte-americana Emma Coburn. De fora, ficou, por exemplo, a turca Gulcan Mingir, campeã europeia em Helsínquia, há pouco mais de um mês, enquanto a russa Gulnara Galkina, recordista mundial, também passou no limite, como 14.ª.
«Elas são todas ou quase todas profissionais. Isto para mim é uma glória, uma vitória», sublinhou Clarisse Cruz, funcionária administrativa da Câmara Municipal de Ovar, com 34 anos, que cumpre horário normal todos os dias e só treina ao fim da tarde.
Integrada no Projeto Olímpico já tardiamente, depois do mínimo alcançado nos Europeus e sabendo-se que Sara Moreira, detentora de mínimo A, não faria os 3.000 obstáculos, chegou a Londres praticamente sem apoios, beneficiando do subsídio de 500 euros do clube.
Ao contrário de Clarisse Cruz, Leonor Tavares despediu-se discretamente no salto com vara, falhando a qualificação para a final com um desempenho muito aquém das suas expectativas, uma vez que não aproveitou nenhuma das três tentativas a 4,25 metros.
Estreante olímpica, Maria Eleonor Tavares, recordista nacional com 4,50 metros, esperava alcançar uma marca da mesma ordem ou até melhorá-la, mas, depois de passar 4,10 ao segundo ensaio, não voltou a passar sobre a fasquia.
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