O Comité Olímpico Alemão (DOSB) lamentou hoje que o Comité Olímpico Internacional (COI) tenha adiado a decisão sobre Tóquio2020, devido à pandemia da Covid-19, lamentando a ausência de “comunicação clara” e indicou que se deve reagendar para 2021.
“No que diz respeito à opinião pública, desistir das datas iniciais teria sido um sinal simbolicamente importante. Isso teria mostrado que a saúde da população é a principal prioridade”, disse o presidente do comité alemão, Alfons Hörmann, num comunicado publicado no sítio do organismo.
O COI, que até agora mantém os Jogos Olímpicos de Tóquio programados para decorrer nas datas previstas, de 24 de julho a 09 de agosto, tem prevista para hoje uma reunião com o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, para estudar um possível adiamento do evento.
Para a autoridade alemã, a expectativa do COI de anunciar um adiamento é prejudicial para a imagem da instituição.
“Certamente que o COI se preocupa com a saúde pública, mas em tempos de crise, isso só pode ser entendido por todos através de uma comunicação clara e ação determinada”, refere Alfons Hörmann.
Por isso, Alfons Hörmann gostaria que houvesse uma “posição muito clara” em que fosse dito que “os Jogos não podem ser realizados definitivamente nas datas programadas” e que agora se estavam a debater “soluções alternativas”.
"A perceção pública do COI e do desporto como um todo dependerá agora decisivamente das decisões tomadas nas próximas quatro semanas e da maneira como elas serão implementadas”, alerta.
E como, segundo as previsões dos especialistas, “um adiamento para o outono também não seria uma opção segura”, o dirigente alemão prefere “um adiamento pelo menos até ao próximo ano”.
Alfons Hörmann acrescenta que o DOSB irá, em primeiro lugar, “consultar os seus atletas sobre esse ponto nos próximos dias, para reunir a sua opinião, que, neste contexto, é muito importante”.
Um número crescente de federações desportivas portuguesas tem reclamado junto do COI, nos últimos dias, pelo adiamento do evento e alguns países, como a Austrália e Canadá, aos quais se poderá juntar Inglaterra, fizeram já saber que não participarão se se mantiverem as datas previstas.
O Comité Olímpico dos Estados Unidos (USOPC), que constitui a maior delegação participante aos Jogos Olímpicos, posicionou-se a favor do adiamento, após consulta aos seus atletas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde. Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.
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