O Comité Olímpico e Paraolímpico dos Estados Unidos anunciou hoje que não pretende enviar atletas aos Jogos Olímpicos Tóquio2020 se não receberem das autoridades correspondentes a mais completa segurança para a saúde dos participantes.
O anúncio foi feito pela diretora executiva do comité, Sarah Hirshland, que comunicou a posição dos Estados Unidos, através de uma teleconferência, numa resposta à situação de pandemia causada pelo coronavírus que afeta todo o desporto mundial.
"A decisão sobre os Jogos não depende de nós. Cabe à Organização Mundial da Saúde (OMS), ao governo japonês e ao Comité Olímpico Internacional (COI)", disse Hirshland.
"Mas em nenhuma circunstância colocaríamos os nossos atletas em perigo se não fosse seguro”, disse a diretora-executiva.
Os Estados Unidos são a maior potência desportiva mundial e esta decisão coloca em causa a sua participação.
Segundo a organização norte-americana, a realização dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 depende do que acontecer com o coronavírus nas próximas semanas.
Embora o presidente do COI, Thomas Bach tenha insistido nas últimas duas semanas para que os Jogos sejam realizados como previsto são já muitas as críticas de países por causa do risco de contaminação.
"Como americanos neste momento, nossa prioridade número um deve ser a saúde e segurança de todos e parar a transmissão deste vírus, ponto, ponto final", disse Hirshland.
A própria preparação está em causa. Muitos atletas de países como Itália, Espanha, França, Alemanha ou de zonas dos Estados Unidos são incapazes de treinar adequadamente devido às medidas de contenção da pandemia.
"A realidade é que existem problemas em toda parte que criam verdadeira ansiedade e preocupação entre todos nós", admitiu Hirshland, acescentando: "Há um alto grau de incerteza e falta de clareza, e queremos ter clareza o mais rápido possível".
As Olimpíadas foram canceladas apenas três vezes na história: durante a Primeira Guerra Mundial (1916) e a Segunda Guerra Mundial (1940, 1944). Nunca houve um adiamento olímpico.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, infetou mais de 265 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 11.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
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