
O presidente do Comité Olímpico de Portugal defendeu hoje ter “o direito e o dever” de expressar as suas opiniões “de forma livre e responsável”, notando que as declarações proferidas sobre Fernando Gomes foram feitas “com total respeito”.
Em comunicado, Artur Lopes começa por relatar um episódio ocorrido na sexta-feira no final da Gala de Patinagem, em Paredes, no qual o antigo presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) recusou o seu cumprimento e, “de forma inapropriada, questionou como ousava dirigir-lhe a palavra” depois da entrevista que o líder do organismo olímpico deu à agência Lusa.
“Perante este episódio, pouco dignificante, considero essencial reafirmar o seguinte: no exercício do cargo que ocupo, tenho o direito e o dever de expressar as minhas opiniões de forma livre e responsável, sempre no respeito pelos princípios da ética, da transparência e do espírito olímpico”, vincou.
Na entrevista, publicada na sexta-feira, Artur Lopes disse ter dúvidas sobre se Fernando Gomes daria um bom presidente do COP, denunciando o “desinteresse completo” do candidato às eleições de quarta-feira pela instituição durante os três mandatos em que comandou a FPF.
“Todas as declarações que proferi foram feitas com seriedade e com total respeito por todos os candidatos à presidência do COP. Em momento algum ataquei pessoalmente qualquer candidato, tendo pautado a minha conduta pelo superior interesse do Movimento Olímpico Nacional. O que disse está escrito, pode ser lido, e não se confunde com ofensa”, defendeu.
No comunicado enviado à Lusa, o dirigente recordou os “mais de 20 anos de dedicação” ao organismo olímpico, que sempre serviu “no compromisso com os ideais do desporto e da defesa dos seus valores fundamentais”.
“Como qualquer membro desta comunidade, não posso, nem devo, ser impedido de exercer os meus direitos, incluindo a liberdade de - como assumi - ser candidato ao Conselho de Ética do Comité Olímpico de Portugal. E um candidato ‘pode’ ter opinião! E esperar que a respeitem […], aceitando que a contestem digna e respeitosamente”, sustentou.
Na sexta-feira, Fernando Gomes acusou Artur Lopes, que integra a lista de Laurentino Dias como candidato à presidência do Conselho de Ética, de falta de equidade e ética na corrida ao COP, considerando as suas declarações indignas do olimpismo.
“Um presidente de uma instituição deve ser equidistante, imparcial e isento […]. No entanto, com este tipo de atitudes, o senhor Artur Lopes não demonstrou essas qualidades. As suas declarações evidenciam uma clara falta de equidade e ética”, disse aos jornalistas, à margem da 7.ª Gala da Federação Portuguesa de Patinagem.
Hoje, no comunicado enviado à Lusa, o presidente do COP recorda que “o desporto e as suas instituições exigem integridade, fair-play e respeito mútuo”.
“São esses os princípios que defendo e que continuarei a honrar. O Comité Olímpico de Portugal deve ser um espaço de diálogo, cooperação e compromisso com os valores do olimpismo, e o debate de ideias deve ser conduzido com elevação, sem espaço para intimidações ou tentativas de silenciamento”, concluiu.
As eleições para os novos órgãos sociais do organismo olímpico estão agendadas para quarta-feira, com Gomes a liderar a Lista B e o antigo secretário de Estado do Desporto Laurentino Dias a encabeçar a lista A.
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