Os patrocinadores dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim devem pressionar o regime chinês e o Comité Olímpico Internacional (COI) em questões de direitos humanos, defendeu hoje a organização não-governamental Human Rights Watch (HRW).
“Faltam apenas três meses para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em 2022, mas as empresas que os patrocinam não referem como estão a exercer influência para enfrentar o terrível histórico de direitos humanos da China”, denunciou Sophie Richardson, diretora da HRW para a China.
“Estas empresas estão a perder a oportunidade de demonstrar o seu compromisso com os direitos humanos e correm o risco de serem associadas a uma edição dos Jogos Olímpicos marcada pela censura e repressão”, acrescentou.
Várias organizações de defesa dos direitos humanos acusaram Pequim de ter detido mais de um milhão de membros de minorias étnicas de origem muçulmana em campos de doutrinação política em Xinjiang, no extremo noroeste do país.
Pequim negou o número e defendeu tratar-se de “centros de treino vocacional”, que visam combater o extremismo religioso e o separatismo.
A chama olímpica foi entregue à China no final de outubro, durante uma cerimónia oficial na Grécia, e interrompida por ativistas pró-Tibete.
A HRW apelou ao Comité Olímpico Internacional que reconheça que o Governo chinês “viola os compromissos em questão de direitos humanos”, assumidos para organizar os Jogos.
No mês passado, um alto funcionário do COI disse que não era da responsabilidade do comité exigir que um Estado preste contas sobre estas questões.
Os 15 principais patrocinadores das Olimpíadas são a GE, Intel, Omega, Panasonic, Samsung, P&G, Toyota, Visa, Airbnb, Atos, Bridgestone, Coca-Cola, Allianz, Dow e Alibaba.
Apenas pessoas residentes na China poderão assistir aos Jogos, programados para ocorrer entre 04 e 20 de fevereiro.
“Não devemos esperar que o Governo chinês respeite [os direitos humanos]" durante os Jogos, escreve a organização com sede em Nova Iorque.
“Qualquer manifestação ou discurso crítico do Governo, por parte de cidadãos chineses ou atletas estrangeiros, pode levar à censura ou represálias”, alertou.
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