José Manuel Constantino lamentou as dificuldades enfrentadas por Rui Jorge para formar a seleção olímpica de futebol e urgiu o Comité Olímpico Internacional a intervir para garantir que os melhores futebolistas estejam nos Jogos Olímpicos.
“Lamento. Não posso usar outra expressão. Acompanhei o esforço que a Federação e o Rui Jorge fizeram na constituição de uma seleção. Acompanho aquilo que julgo ser a deceção daqueles jogadores que conquistaram com muito brio o direito de estarem presentes nos Jogos e que agora, pelo conjunto de circunstâncias que são conhecidas, não vão ter essa possibilidade”, respondeu quando questionado sobre o que pensava das dificuldades vividas pelo selecionador nacional para reunir 18 futebolistas para o torneio olímpico de futebol do Rio2016.
Salientando que a polémica ficou encerrada no momento em que a convocatória foi anunciada, o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) evitou pronunciar-se sobre a atitude dos clubes que recusaram ceder jogadores à seleção.
“Percebo muito a postura de um treinador como José Couceiro que, lamentando todas estas circunstâncias, referiu que tinha o dever moral de ceder os jogadores à seleção nacional. Isso caiu fundo no COP, porque alguém que põe acima de quaisquer outros interesses, inclusive próprios - porque ele sabe que vai ter a equipa mais fragilizada, mais debilitada -, os interesses da seleção nacional”, destacou.
José Manuel Constantino entende que não cabe à FIFA intervir para obrigar os clubes a ceder os melhores jogadores, mas sim ao Comité Olímpico Internacional, que não pode permitir essa atitude a uma modalidade que quer estar nos Jogos Olímpicos.
“Presumo que a FIFA não quer retirar o futebol, porque tem um forte investimento no futebol feminino, que é um mercado muito aliciante para o desenvolvimento do futebol em termos mundiais. Estão lá as maiores potências desportivas do globo e, portanto, não quer abrir mão desta possibilidade. Mas isto, do meu ponto de vista, exigirá ao COI pedir outro tipo de responsabilidades à FIFA, porque não é sustentável que queira fazer parte do programa dos Jogos e ao mesmo tempo coloque tantas dificuldades a que as federações nacionais possam usufruir daqueles que são os melhores jogadores”, argumentou.
Para o dirigente olímpico é incompreensível que o futebol, ao contrário de todas as outras modalidades, não se faça representar pelos seus melhores atletas.
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