Quinto atleta a garantir uma medalha de ouro olímpica para Portugal na história dos Jogos Olímpicos, Pedro Pichardo vai ter direito a um prémio de 50 mil euros pelo feito de ter subido ao lugar mais alto do pódio em Tóquio2020.
Ainda que o Comité Olímpico Internacional não pague qualquer prémio monetário aos medalhados, a maior parte dos países atribui aos seus atletas uma recompensa financeira em função do desempenho.
Assim, os prémios a atribuir aos atletas portugueses pelo seu desempenho nos Jogos foi aprovado pelo Governo português em 2018, através da portaria n.º 332-A/2018, e ditava que cada medalhado de ouro receberia 50 mil euros. Uma medalha de prata vale 30 mil euros e é esse o prémio monetário que vai tocar a Patrícia Mamona pelo seu segundo lugar no concurso feminino do triplo salto na capital nipónica.
Quanto aos dois medalhados de bronze, Fernando Pimenta e Jorge Fonseca, vão receber cada um, conforme estipulado pela tabela publicada na referida portaria, 20 mil euros.
Tratam-se de prémios que visam o "reconhecimento do valor e mérito de êxitos desportivos constituem-se como um estímulo adicional de superação para os nossos melhores atletas de alto rendimento, de todas as modalidades desportivas com utilidade pública desportiva, que dignificam o País através da conquista dos mais altos patamares desportivos internacionais", explica a portaria.
Hong Kong é quem mais paga
Valores que ficam consideravelmente abaixo dos atribuídos, por exemplo, pelos governos de Singapura, Hong Kong ou Cazaquistão aos respetivos atletas medalhados, pelo menos segundo o site 'Money Under 30', que deu conta dos valores atribuídos por cada delegação olímpica aos seus atletas em função do desempenho em Tóquio 2020.
Cheung Ka-long, por exemplo, tornou-se no primeiro medalhado olímpico de ouro de Hong Kong em 25 anos ao vencer um dos eventos de esgrima e vai receber do governo do seu território qualquer coisa como 5 milhões de Hong Kong Dollars (à volta de 500 mil euros). Mas os prémios pagos por Hong Kong são superados pelos do governo de Singapura, que promete pagar mais de 600 mil euros por uma medalha de ouro (ainda não conquistou nenhuma em Tóquio, nem de ouro, nem de outro qualquer metal).
Principais potências com prémios monetários inferiores aos de Portugal
Outros países, como o Cazaquistão, a Itália ou a Hungria, também pagam bem mais por uma medalha aos seus atletas do que Portugal. Mas não se pense que Portugal é dos países que menos paga. Longe disso. Ao nível dos prémios atribuídos aos atleta lusos estão os atribuídos por França aos seus atletas (55 mil euros por um ouro, 25 por uma prata, 12.500 por um bronze).
E, abaixo, por exemplo, os prémios pagos por, entre outros, EUA, Alemanha, Brasil, Japão ou Austrália, que por um ouro pagam, respetivamente, 31 mil, 18,5 mil, 40 mil, 38 mil e 12,5 mil euros.
Há quem não dê dinheiro, mas conceda outras regalias...algumas delas insólitas
Claro que, primeiro que tudo, está a glória olímpica, a maior a que um atleta poderá almejar. Mas os prémios monetários acabam por ser importantes para atletas que, com exceção de grandes nomes como do desporto mundial que ganham milhões com contratos de patrocínio.
Outros países, porém, preferem conceder outras regalias. Os atletas da Coreia do Sul, por exemplo, deixam de ficar obrigados a cumprir o serviço militar obrigatório que, naquele país é de 18 meses.
A China, por seu lado, tentou também nos últimos tempos afastar-se dos prémios monetários, depois de polémicas relacionadas com corrupção. Os prémios monetários foram, assim, reduzidos, mas o governo chinês fez uma parceria com um designer local de renome mundial, Ye Jintian, de forma a criar roupas especiais para os atletas chineses que subam ao pódio em Tóquio.
E, claro, depois há aqueles prémios mais insólitos, como aquele que o par de badminton feminino indonésio que ganhou ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio vai receber: para além de 295 mil euros, Apriyani Rahayu e Greysia Polii receberão uma casa, cinco vacas e café para o resto da vida.
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