A judoca Rochele Nunes afirmou hoje que acredita ser “uma forte candidata” a subir ao pódio na categoria de +78 kg nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, enquanto Patrícia Sampaio optou por partir para o Japão “sem expectativas”.
As duas judocas falaram aos jornalistas num espaço montado pelo Comité Olímpico de Portugal (COP) no aeroporto de Lisboa, dedicado ao apoio a toda a comitiva portuguesa nos Jogos, momentos antes de seguirem viagem rumo à capital nipónica.
“Almejo sempre o ouro. Não tenho medo disso e sei que estou pronta para isso. Acho que sou uma forte candidata pelo meu currículo e pelo ciclo que tive. Não sinto pressão, mas sim mais motivação”, sublinhou Rochele Nunes, acrescentando: “Estou a ir realmente só para buscar o ouro. Não que uma medalha não importa, claro que importa, mas o foco principal é o ouro e estou pronta para qualquer adversária”.
A judoca, natural do Brasil, mostrou-se convicta de que a equipa portuguesa de judo vai “surpreender e ter bons resultados” no evento olímpico, para o qual efetuou uma preparação “muito sofrida”, mas que “correu muito bem” e está “pronta para tudo”.
“Confesso que achava que ia ser um pouquinho menos difícil. Foi muito sofrida. Ainda na semana passada estava a chorar no treino porque foi muito duro, mas o meu treinador disse-me que, se chorava nos treinos, é porque ia sorrir na prova”, contou.
Rochele Nunes, de 32 anos, teve a sua viagem adiada para hoje devido à greve da Groundforce no fim de semana, o que a obrigou a reformular o plano de treinos, pois contava “começar a semana já no Japão”, mas, por outro lado, permitiu-lhe “ficar mais um pouco em casa” e realizar “mais dois dias de treino” em solo português.
“Como estou muito bem mentalmente e focada, acho que não atrapalhou muito”, admitiu a judoca do Benfica, que fará a estreia em Jogos, após dois anos consecutivos a conquistar uma medalha de bronze em Europeus, em Praga (2020) e Lisboa (2021).
Já Patrícia Sampaio quer apenas “fazer o melhor que conseguir e aproveitar o melhor dos primeiros Jogos Olímpicos” em que vai participar, após um período complicado, com algumas lesões que lhe condicionaram o apuramento para a prova no Japão.
“Estou a tentar ir sem expectativas, simplesmente dar o meu melhor e pôr em prática o que treinei. Tive um apuramento atípico e complicado, com algumas lesões graves”, recordou a judoca, que representa a Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, de Tomar.
Realçando a “grande felicidade” por representar Portugal “numa prova deste nível”, Patrícia Sampaio, de 22 anos, prometeu, contudo, “dar tudo o que for preciso”, não escondendo a ambição de alcançar o bloco de finais, no qual pensa que “é possível”.
“Dentro do que me foi possível, trabalhei muito e sinto-me numa forma muito boa, até melhor do que em alturas em que estive com menos lesões. Se eu não acreditasse, nem valia a pena ir. Acredito que é possível fazer um bom resultado”, expressou a judoca, que desvalorizou as restrições na prova causadas pela pandemia de covid-19.
A competição de judo, em que Portugal conta com Catarina Costa (-48 kg), Joana Ramos (-52 kg), Telma Monteiro (-57 kg), Bárbara Timo (-70 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg), Rochele Nunes (+78 kg), Anri Egutidze (-81 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg), decorrerá de 24 a 31 de julho, no Nippon Budokan, com a discussão de duas categorias, uma masculina e uma feminina, por dia.
Portugal vai estar representado por 92 atletas, em 17 modalidades, nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, que vão ser disputados entre 23 de julho e 08 de agosto, depois do adiamento por um ano, devido à pandemia de covid-19.
Comentários