“O que temos contratualizado no contrato-programa são quatro medalhas e 22 diplomas, mas é preciso lembrar que esses objetivos foram estabelecidos antes da pandemia”, refere a chefe da missão portuguesa aos Jogos Tóquio2020, à agência Lusa.

Leila Marques estabelece como “primeiro objetivo a conquista de recordes pessoais e nacionais”, considerando que “tudo o que vier depois disso será muito bom”.

A antiga nadadora, que chefiará 33 atletas de oito modalidades, lembra, a título de exemplo, os impactos da pandemia na preparação dos atletas de boccia, uma modalidade na qual Portugal tem grande historial.

“Com o encerramento das instalações desportivas, os atletas ficaram impedidos de treinar durante muito tempo e, além disso, não tiveram competições”, explica.

Leila Marques garante que apesar das dificuldades “inesperadas e que atingiram atletas de todo o mundo” a comitiva está “confiante e com esperança” e realça a importância de Portugal chegar a Tóquio com 17 estreantes e fazer a estreia nas modalidades de badminton e canoagem.

“São sinais de que, apesar das dificuldades, houve, e continuará a haver, uma preocupação em renovar a equipa e em desenvolver o desporto adaptado, e de que Portugal pensa já em Paris2024 e Los Angeles2028”, refere.

José Lourenço, presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP), também assume “um sentimento de muita esperança em bons resultados, misturado com alguma preocupação motivada pelo impacto da pandemia na preparação” e destaca como um ponto importante deste ciclo a equiparação das bolsas e prémios dos atletas paralímpicos às dos olímpicos.

A chefe de missão garante que “todos os atletas estão preparados pera competir com a temperatura e humidade de Tóquio”, destacando a importância do estágio de adaptação que ainda decorre em Fujisawa.

Em termos logísticos, os Jogos Paralímpicos, que se realizam entre terça-feira e 05 de setembro, são, de acordo com Leila Marques, “um desafio ainda maior que os anteriores, tendo em conta as contingências impostas pela pandemia”.

“Não tem sido fácil gerir todo o processo, nomeadamente no que se refere a situações relacionadas com a permanência dos atletas na aldeia paralímpica, na qual os atletas só podem permanecer até 48 horas depois de terminadas as suas competições”, explica.

Ao longo de 10 participações em Jogos Paralímpicos, nove das quais consecutivas, Portugal conquistou 92 medalhas em Jogos Paralímpicos, sendo o atletismo, com 53, o boccia, com 26, e a natação, com nove, as três modalidades com mais pódios.