Zakia Khudadadi, atleta afegã de taekwondo, esteve muito perto de fazer história como a primeira mulher a representar o Afeganistão nos Jogos Paralímpicos. No entanto, a jovem de 23 anos não conseguiu viajar para Tóquio, tal como Hossain Rasouli (atletismo), numa altura em que o país foi conquistado pelos talibãs.
Nesse sentido, Zakia Khudadadi, que se encontra retida em Cabul, decidiu fazer um apelo para que a ajudem a sair do Afeganistão, a fim de participar nos Jogos Paralímpicos.
"Peço-vos, uma mulher afegã e como representante das mulheres afegãs, que me ajudem. O meu objetivo é participar dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, por favor, deem-me a mão e ajudem-me"; começou por pedir Zakia Khudadadi, através de um vídeo fornecida à agência Reuters pelo chefe de missão Arian Sadiqi, que está em Londres.
"Peço-vos, mulheres de todo o mundo, instituições de proteção à mulher, de todas as organizações governamentais, que não deixem que os direitos de uma cidadã do Afeganistão no movimento paralímpico sejam retirados tão facilmente", acrescentou.
"Tenho sofrido muito, não quero que minha luta seja em vão e sem resultados. Ajudem-me", terminou.
O chefe da missão, Arian Sadiqi, mostra-se pouco esperançoso. "É devastador. Para mim, isto [a participação de Khudadadi] era fazer história. Nós íamos fazer história. Queríamos usá-la como modelo para o resto das atletas femininas, especialmente paralímpicas. Para dizer que se ela é capaz de o fazer, também o podes fazer, para encorajar mais participantes”, explica Sadiqi à BBC Sports.
"Foram precisos 20 anos para que as mulheres saíssem das suas conchas, para serem empoderadas, irem para escolas, universidades, trabalhar e para se envolverem em atividades físicas e desportivas. Agora só posso imaginar que o seu mundo acabou de ser despedaçado mais uma vez. Não há esperança pelo que posso ver", lamentou.
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