O selecionador nacional de andebol, Paulo Jorge Pereira, afirmou hoje que Portugal é favorito no play–off de acesso ao Mundial2025, com a Bósnia–Herzegovina, e assumiu que seria “um autêntico fracasso” falhar a fase final da competição.
Depois do 10.º lugar em 2021, no Egito, e do 13.º posto de 2023, na competição organizada pela Polónia e pela Suécia, a equipa das ‘quinas’ almeja a terceira presença seguida em campeonatos do mundo, tendo, nesse sentido, de vencer uma eliminatória em que tem de se mostrar mais forte, com jogos agendados para quinta–feira, em Guimarães, e para domingo, em Tuzla.
“Claro que assumimos o favoritismo. Se não nos conseguirmos apurar para o play–off, é um autêntico fracasso, embora o fracasso esteja sempre a caminho do êxito. Não se pode ganhar sempre. Não se vai perder sempre. Obviamente, somos favoritos”, disse, na projeção ao jogo marcado para as 19:30, no Pavilhão Desportivo Unidade Vimaranense.
Agradado com o treino de hoje no palco do desafio, até porque os seus atletas já “começaram a recuperar algumas ideias vindas a trabalhar há muito tempo”, o selecionador realçou que a principal missão para quinta–feira é a de levar a seleção balcânica a sentir “que não pode ganhar” a Portugal.
“É importante eles sentirem que não nos podem ganhar. Às vezes, o resultado pode não ser exatamente o espelho do que acontece no jogo. Temos de os fazer sentir que somos melhores. A partir daí, se tudo acontecer normalmente, vamos vencer, esperando a maior margem possível”, acrescentou.
Cabeça de série do play–off que vai apurar 11 seleções europeias para o Mundial2024, face ao sétimo lugar conquistado no Euro2024, na Alemanha, Portugal tem de se “entregar a fundo” e encarar os dois jogos com “o máximo de seriedade possível”, evitando a tentação de encarar a eliminatória como “uma coisa fácil”.
Apesar do 24.º e último lugar no Europeu anterior, a Bósnia–Herzegovina conta com um novo selecionador, Damir Doborac, que pode ter novas ideias, e com jogadores de “excelente nível”, como o guarda–redes Benjamin Buric, dos alemães do Flensburg, o lateral Marko Panic, dos franceses do Montpellier, e o pivô Adin Faljic, dos croatas do RK Zagreb, considerou Paulo Jorge Pereira.
O selecionador defendeu, por isso, que os 16 portugueses convocados para a eliminatória não podem “ficar satisfeitos” com o que já alcançaram e têm de “querer fazer mais”.
“O problema é quando cristalizamos. Nós somos muito bons se continuarmos a fazer bem. É um registo que é preciso bem. A dificuldade é, às vezes, pensarmos que já estamos a fazer tudo bem”, detalhou.
Apesar das ausências, por lesão, dos irmãos Martim Costa, lateral esquerdo que foi o melhor marcador do Euro2024, com 54 golos, e Francisco Costa, lateral direito, bem como do pivô Alexis Borges, Paulo Jorge Pereira mostrou–se agradado com os jogadores ao seu dispor, como os laterais Salvador Salvador ou Alexandre Cavalcanti, que “podem ter mais espaço no ataque”, ou ainda João Gomes, que se pode estrear de 'quinas' ao peito.
Convencido de que é uma desvantagem jogar a primeira mão em casa e a segunda mão fora, o selecionador pediu ainda “um ambiente espetacular” no pavilhão do Vitória de Guimarães, “mais pequeno e aconchegante” do que o Multiusos de Guimarães, palco do “icónico triunfo” sobre a França, por 33–27, em 11 de abril de 2019.
Caso vença o play–off com a Bósnia–Herzegovina, Portugal vai disputar o Mundial2025, competição organizada pela Croácia, pela Dinamarca e pela Noruega, com 32 seleções, entre 14 de janeiro e 02 de fevereiro.
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