
O selecionador masculino de judo, Pedro Soares, considerou hoje que “faltou tempo” a Jorge Fonseca para ir atrás do resultado, num combate que resultou na eliminação dos Europeus em Podgorica.
“Gostávamos que os combates fossem mais curtos quando estamos a ganhar e mais longos quando estamos a perder, percebeu-se, notoriamente, que era uma questão de tempo até ele conseguir dar a volta a este combate. Infelizmente não teve tempo suficiente, perdeu, e eu não fico completamente desiludido… Fico desiludido com o resultado em termos absolutos, como é evidente. Mas em termos da prestação dele, ou seja, ele reagiu a uma desvantagem de uma forma muito positiva”, disse no final o selecionador à agência Lusa.
Jorge Fonseca, que ainda procura o seu primeiro título europeu, depois de já se ter sagrado duas vezes campeão mundial (2019 e 2021) e ter uma medalha de bronze olímpica (2021), realizou dois combates em Podgorica: venceu o, teoricamente, mais difícil, com o russo Niiaz Bilalov, e perdeu com o letão Maksims Duinovs.
“Normalmente, o sorteio começa ao contrário, começa com combates fáceis e vai para os difíceis, ele apanhou um combate difícil e depois foi para um fácil, ou um teoricamente fácil. As coisas complicaram-se porque ele acabou por cair ali numa situação em que infelizmente não pôde evitar, a vantagem de yuko para o adversário”, justificou Pedro Soares.
O selecionador abordou ainda a participação dos quatro judocas masculinos nestes Europeus, considerando que, globalmente, ficou aquém do que se podia esperar.
“No global é uma participação um bocadinho acima do fraco e sem chegar ao aceitável, mas também são apenas quatro atletas, ficamos circunscritos a um grupo muito pequeno, muito restrito, quando as coisas não correm muito bem passamos ao lado e creio que no plano masculino as coisas não foram como nós gostaríamos que tivessem sido”, admitiu.
Em Podgorica, Portugal contou, além de Fonseca (-100 kg), com Miguel Gago (-66 kg) e Otari Kvantidze (-73 kg), da nova geração, para o ciclo olímpico de Paris2024, que venceram um de dois combates, e João Fernando (-81 kg), um judoca de muita qualidade.
João Fernando não teve um sorteio simpático, frente a Matthias Casse, um dos mais fortes na categoria, mas diante do qual ainda forçou um ‘golden score’.
“Quando o combate entrou naquela zona onde é preciso ter braços, faltaram-lhe, porque ele não teve essa preparação como os outros tiveram. Ainda assim, creio que é uma prestação positiva, dadas as circunstâncias e dado a forma como ele disputou o combate, teve três, quatro ataques muito bons, muito perto de marcar”, sublinhou o selecionador.
O judoca do Sporting fez nos Europeus a sua primeira grande competição e quando aposta também, sendo já engenheiro aeroespacial, na carreira profissional para lá do desporto, focado em tirar o ‘brevet’ de piloto.
Já Miguel Gago e Otari Kvantidze tiveram um desempenho que “não deslustra”.
“Ficam com uma prestação de dois combates cada um com uma vitória cada um, que para atletas tão jovens não deslustra”, disse ainda o treinador nacional.
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