
Portugal foi hoje suspenso pela Federação Internacional de Judo (IJF), com a indicação a ser a dada pelo organismo na sua página oficial, numa referência que afeta os seis judocas que deveriam competir nos Mundiais de Budapeste.
Na página oficial da IFJ é apenas indicada a suspensão do país, sem justificação para a decisão e a cerca de duas semanas do início dos Mundiais em Budapeste, para os quais Portugal tem inscritos seis judocas.
Portugal deverá competir na capital húngara, entre 13 e 18 de junho, com seis judocas, entre os quais o campeão mundial em 2019 e 2021 Jorge Fonseca (-100 kg), a campeã europeia em título Patrícia Sampaio (-78 kg) e a vice-campeã europeia Catarina Costa (-48 kg).
Inscritos, e com critérios de seleção adequados (top-100 e resultados até ao quinto lugar em competições específicas), estão também Miguel Gago (-66 kg), recente prata no Open de Benidorm, Otari Kvantidze (-73 kg) e Taís Pina (-70 kg, quinta nos Europeus).
Segundo a imprensa portuguesa, em causa estarão dívidas da Federação Portuguesa de Judo, presidida por Sérgio Pina, reeleito em outubro de 2024, à Federação Internacional da modalidade.
A agência Lusa tentou contactar o presidente em exercício, sem resposta, e também a Federação Internacional de Judo.
Já o anterior presidente do organismo, Jorge Fernandes, destituído em dezembro de 2022, esclareceu à Lusa não “ter nada a ver com a situação”, explicando as contas deixadas quando cessou o mandato.
“Não tenho nada a ver com isso, saí há dois anos e meio. Em dezembro de 2022, eu saio. Em janeiro de 2023, com o Grand Prix de Portugal, há uma dívida de 250.000 euros à IJF. Um valor a ser pago apenas no final do evento”, começou por dizer o ex-presidente.
Jorge Fernandes justificou que o valor é pago após o evento, devido às taxas e receita da própria competição, e não previamente, e que a indicação que tem é que a atual dívida situa-se na ordem do milhão de euros.
Ainda segundo Jorge Fernandes, o acumulado, do qual rejeita qualquer responsabilidade, terá a ver com o Grand Prix de 2024 (mais 250.000 euros), o Campeonato do Mundo de juniores (300.000) e o Grand Prix deste ano (mais 250.000), que estava contratualizado e não se realizou.
“A FPJ andou a protelar e a IJF quer a taxa. O que é que eu tenho a ver com isto?”, questionou o antigo dirigente máximo da federação de judo, lembrando que muitos membros dos atuais corpos sociais integraram a FPJ enquanto liderou.
Comentários