O olímpico Rui Bragança, melhor atleta da história do taekwondo português, manifestou-se hoje irritado e revoltado pelos critérios aplicados para a convocatória do Mundial, no qual irá participar, mas apenas por ter visto um compatriota abdicar da vaga.

“Tudo isto está envolto em muita tristeza, muita irritação e revolta, eventualmente pelos critérios e coisas que estão a fazer. É uma modalidade muito fácil de provar quem é o melhor, temos um ranking mundial e olímpico, com provas internacionais e nacionais”, lamentou Rui Bragança, em declarações à agência Lusa.

O Olímpico no Rio2016 e em Tóquio2020 considera que existem três atletas lusos a competir num nível diferentes dos restantes e colocou-se ao lado dos compatriotas que não vão poder juntar-se a si em na competição que vai ser disputada em Baku, entre hoje e 06 de junho.

“A realidade é que há três atletas num nível completamente diferente de todos os outros em Portugal, basta olhar para o Campeonato Nacional para ver isso. Mais uma vez, foi a prova de que eu, o Júlio [Ferreira] e a Joana [Cunha] estamos num nível completamente diferente”, apontou.

No caso de Júlio Ferreira, será a primeira vez fora de um Campeonato do Mundo desde 2015, apesar de ser o melhor classificado no ranking mundial, pelo que Rui Bragança voltou a apresentar argumentos.

“Somos os únicos atletas com competições em Grande Prix, com combates vencidos em Campeonatos da Europa e do Mundo, medalhas em Opens. Não há discussão possível quanto a isso, não sei o adjetivo para não quererem ver isso”, concluiu.

O apuramento olímpico faz-se através de ranking e, posteriormente, através de uma segunda oportunidade em prova final: o Mundial atribui pontos para classificação direta para Paris2024 e, mesmo que esta não seja conseguida por esta via, reservada aos cinco melhores, constitui ajuda importante mais tarde no sorteio dos combates para o último evento decisivo, de onde, na Europa, saem mais dois.

O Campeonato do Mundo de taekwondo vai contar com a participação de 13 portugueses.