O campeão olímpico do triplo salto Pedro Pichardo, a lançadora do peso Auriol Dongmo, o canoísta duas vezes medalhado olímpico Fernando Pimenta e a mesatenista Fu Yu são as principais figuras portuguesas nos Jogos Europeus, em Cracóvia.
A presença do campeão olímpico do triplo salto em Tóquio2020, que procura o título que lhe falta, neste caso uma vitória na prova inserida no Europeu por seleções de primeira divisão, é um dos principais atrativos entre os 206 convocados para representar Portugal.
Aos 29 anos, o líder do ranking europeu e mundial chega a Chorzow, ao Estádio da Silésia, onde se disputa a competição de atletismo, com o título da Europa ‘indoor’ 2023 na bagagem, conquistado em Istambul, com 17,60 metros, recorde nacional sob telha.
Não há título que não tenha por Portugal, de Mundiais a Europeus, ar livre e pista coberta, e um ouro olímpico, faltando-lhe ‘apenas’ alcançar o recorde do mundo, de Jonathan Edwards, cifrado nos 18,29 metros.
Outro ouro em falta é nesta prova por seleções, em que em 2021 foi prata, já na elite do atletismo continental, depois de ter vencido anteriormente, mas na segunda divisão.
O atletismo reúne a maior comitiva entre a delegação portuguesa, com 43 atletas, e vários nomes de topo, como o de Auriol Dongmo, quarta em Tóquio2020 na competição de lançamento do peso, com 19,72 metros de marca pessoal no ano.
Quarta do ranking mundial, é outra das grandes figuras da seleção, a que acrescem outros olímpicos como Liliana Cá (disco), Francisco Belo (peso), Marta Pen (1.500 m) e Cátia Azevedo (400 m), além da expectativa com o que pode fazer a velocista Arialis Martinez, nos 100 metros.
O atletismo, modalidade por excelência neste tipo de eventos multidesportivos, ocupa o primeiro fim de semana do evento, de sexta-feira a domingo, e atribui pódios individuais além da luta por seleções, decorrendo em Chorzow.
Outra modalidade que entra cedo em cena na Malopolska, e no caso mesmo em Cracóvia, é a canoagem de velocidade, com provas logo a partir de quarta-feira, data da cerimónia de abertura, e estende-se por quatro dias de provas, três com finais, em Krispinów.
Um dos grandes ícones do desporto nacional, o canoísta de 33 anos Fernando Pimenta não é exceção nuns Jogos Europeus em que é um dos 19 totalistas, tendo participado nas duas edições anteriores, mas também o mais prolífico a conquistar pódios.
Pimenta conquistou, sozinho, quatro das 25 medalhas do país - distribuídas equitativamente pelas duas edições, pratas em K1 1.000 e 5.000 no Azerbaijão, em Baku2015, e na Bielorrússia, Minsk2019.
Ínfima parte das mais de 100 medalhas em competições internacionais, das quais a prata em Londres2012 (K2 1.000 metros) e o bronze em Tóquio2020 (K1 1.000 metros) são a joia da coroa.
Na Polónia, corre contra a logística do espaço e as especificidades desta terceira edição, uma vez que a distância máxima aqui é de 500 metros, pelo tamanho da pista, alinhando apenas em K1 500 e K4 500, quando os pontos fortes são os 1.000 metros e os 5.000 metros.
Outra modalidade habituada a vencer em Jogos Europeus é o ténis de mesa, que soma três pódios em duas edições: um ouro e um bronze com a seleção masculina e o ouro de Fu Yu em Minsk2019.
A veterana jogadora portuguesa, nome cimeiro do olimpismo nacional após dois 33.º lugares em Jogos Olímpicos e várias medalhas internacionais, chega à prova num 29.º lugar do ranking mundial, aos 44 anos, que lhe atesta a longevidade ao mais alto nível.
De resto, lidera uma seleção em crescendo, que inclui a também olímpica Jieni Shao e as esperanças Inês Matos e Matilde Pinto, e representa um clube polaco, o Enea Siarkopol Tarnobrzeg, um ligeiro ‘fator casa’ para a mesatenista.
No masculino, Marcos Freitas e João Geraldo jogam o torneio de singulares e juntam-se a João Pedro Monteiro e Tiago Apolónia por equipas, numa modalidade que ocupa quase todos os dias do evento: vai de sexta-feira até dia 01 de julho, sábado e penúltimo dia, na Hutnik Arena.
Em Tarnow, Portugal colocou quatro seleções, duas de andebol de praia e outras duas de futebol de praia, nesta última, que só arranca na segunda semana, tendo ‘obrigação’ de lutar por medalhas pelo menos no masculino, dado o histórico: ouro em 2019 e bronze em 2015, sempre no masculino.
Entre domingo e terça-feira, dia 27 de junho, entram em ação os convocados no muaythai e também a seleção masculina e feminina de râguebi sevens, enquanto o karaté, com dois portugueses em ação, arranca na quinta-feira e fecha no dia seguinte.
No sábado, a ciclista olímpica Raquel Queirós compete na prova de ‘cross country’ olímpico, num dia recheado de decisões para a equipa de Portugal: além do atletismo e da canoagem, são dias marcados pela natação artística, boxe,
A ‘longínquos’ 273 quilómetros da cidade que recebe o evento, o tiro e o tiro com armas de caça são outra possibilidade forte de medalhas, em Wroclaw, com João Costa, o mais velho da comitiva e com cinco presenças em Jogos Olímpicos, a juntar-se a Joana Castelão na primeira, enquanto o fosso olímpico reúne os esforços de João Paulo Azevedo e Maria Inês Barros como principais destaques.
O segundo sábado, e penúltimo dia de provas, em 01 de julho, conta com a competição de judo, por equipas mistas, com o final do pentatlo moderno, com Duarte Taleigo inscrito, e finais no teqball, ténis de mesa e tiro, entre outros destaques numa participação alargada de Portugal, com 206 atletas em 23 modalidades.
Os Jogos Europeus Cracóvia2023 arrancam quarta-feira e decorrem até 02 de julho em Cracóvia e na região polaca de Malopolska, com 30 modalidades no programa e 48 países participantes.
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