A seleção portuguesa de atletismo chegou na noite de segunda-feira a Lisboa, vinda de Torún, Polónia, com três medalhas de ouro na bagagem e com o sonho de as repetir nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Pouco passava das 23:30 horas quando a comitiva lusa cruzou a porta da zona de chegadas do aeroporto de Lisboa. Fruto da pandemia, apenas alguns familiares estavam presentes, mas o brio e o orgulho pelos resultados na Polónia eram evidentes.
Figuras centrais, pelas medalhas de ouro conquistadas, Auriol Dongmo, lançadora do peso feminino, Patrícia Mamona, triplo salto feminino, e Pedro Pablo Pichardo, triplo salto masculino, eram a voz dos desejos de Portugal para o futuro próximo.
Dois deles - Auriol Dongmo e Pedro Pablo Pichardo – conquistaram pela primeira vez o ‘ouro’ por Portugal.
“Estou muito feliz. Foi a minha primeira representação pela seleção nacional. Estou muito feliz com esta medalha de ouro. Estou sem palavras. Gosto muito de ver que todos estão felizes com esta medalha. É muito bom”, afirmou, aos jornalistas, Auriol Dongmo, que atribuiu a medalha ao filho e ao treinador.
Para Pedro Pablo Pichardo, que saltou 17,30 metros, foi “uma sensação muito boa” apesar de no final ter mostrado algum descontentamento por não ter conseguido saltar mais longe.
“Vencer é sempre muito positivo. Aconteceu o que estava à espera. Chegar lá e trazer a vitória para casa. Foi o que conseguimos fazer. Quando fiz o primeiro salto ainda tinha um bocado de dúvidas, mas com o desenrolar da prova a confiança foi crescendo para trazer a vitória. No último salto estávamos à espera de fazer uma marca ainda melhor. Estive sempre à procura, mas não aconteceu, por isso fiquei um pouco chateado”, disse.
Mais emotiva, à semelhança do que aconteceu em Torún, Patrícia Mamona, relembrou as dificuldades que sentiu nos últimos meses, nomeadamente por ter contraído covid-19, revelando mesmo que pensou em desistir da época de inverno.
“Foi uma surpresa para mim e para os portugueses. Para mim foi uma lição de vida. Provei que ainda estava em forma, que tinha força e bati o recorde nacional. Foi uma competição muito renhida, muito competitiva, muito ao centímetro. Mas ganha quem salta mais e eu saltei mais [14,53 metros]. Estou muito contente por ter conseguido o recorde nacional e por ser novamente campeã da Europa, mas pela primeira vez de pista coberta”, realçou.
Com os Jogos Olímpicos a aproximarem-se a passos largos, que decorrem de 23 de julho a 08 de agosto, em Tóquio, o desejo de repetir a façanha conquistada na Polónia é bastante forte.
“Na minha cabeça está sempre o melhor resultado, que é o ouro e é para isso que treino todos os dias. Em maio e junho irei participar em várias provas e aí o treinador vai planear a minha preparação para obter um bom resultado nos Jogos Olímpicos”, adiantou Pichardo.
Motivada por ter batido o recorde nacional, Patrícia Mamona revelou o ouro da polónia foi fruto de “muita fome de vencer, fome de conseguir mais e fome de superar”, motivo pelo qual vê agora Tóquio com outros olhos.
“Obviamente que quando se representa a seleção qualquer medalha é importante. Tanto para mim como para o país. Consegui sair da minha zona de conforto e consegui provar que consigo ser muito melhor do que já sou. Foi esta confiança que apareceu em mim. Agora estou ainda mais confiante para a época que vem, a de verão. Tenho a prova mais importante, que é a dos Jogos Olímpicos, estou ainda mais confiante”, garantiu.
Com o filho por perto, Auriol Dongmo, que em Torún conquistou o ouro com um lançamento de 19,34 metros, prepara-se agora para começar a trabalhar para os Jogos Olímpicos e, depois, apenas promete: “Vou dar o meu melhor e Deus vai fazer o resto”.
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