Zhuhai cancelou a edição deste ano da maratona, pouco mais de um mês depois de um ataque com um automóvel que causou a morte a 35 pessoas nesta cidade do sul da China, que faz fronteira com Macau.
Num comunicado divulgado na terça-feira, a organização da maratona de Zhuhai, que inclui a autarquia e o conglomerado estatal chinês Zhuhai Huafa, anunciou que a competição foi cancelada após uma “avaliação cautelosa”.
No mês passado, os organizadores já tinham adiado a edição deste ano da maratona de Zhuhai, que estava inicialmente marcada para 08 de dezembro. A competição tinha ficado marcada para 12 de janeiro de 2025.
A organização prometeu reembolsar, no prazo de 15 dias, o valor pago pelos atletas para participarem na maratona e ajudar os inscritos que sintam dificuldades em cancelar reservas de hotel em Zhuhai.
Os atletas que iriam participar na competição deste ano terão já lugar reservado na edição de 2025, garantiram ainda os organizadores.
O cancelamento surgiu um dia depois do adiamento de uma outra maratona, em Hengqin (ilha da montanha), uma zona económica especial que faz parte de Zhuhai.
A competição, originalmente marcada para 29 de dezembro, deverá acontecer em 23 de março de 2025.
A organização não apresentou qualquer razão para o adiamento.
Os organizadores da maratona de Hengqin incluem as autoridades da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, o grupo Zhuhai Huafa e a Nam Kwong, um grupo controlado pelas autoridades da província de Guangdong mas com sede em Macau.
Em 11 de novembro, um homem de 62 anos conduziu um automóvel deliberadamente contra uma multidão num centro desportivo em Zhuhai, causando a morte de 35 pessoas e ferimentos em outras 43.
O atacante "estava revoltado" com a divisão dos ativos financeiros definida no âmbito de um processo de divórcio, de acordo com uma investigação preliminar da polícia.
Detido pouco depois do ataque, a polícia acrescentou que o suspeito estava a ser tratado por ferimentos, possivelmente autoinfligidos, depois de ter sido encontrado inconsciente no carro com uma faca.
As autoridades chinesas demoraram quase 24 horas a revelar o número de mortos do ataque, refletindo os esforços de Pequim para evitar a divulgação de informação sensível.
Imagens de corpos estendidos foram publicadas nas redes sociais chinesas nas horas que se seguiram ao acidente, mas desapareceram pouco depois.
As autoridades também mandaram retirar flores e velas colocadas perto do local do ataque.
A China vigia de perto as redes sociais domésticas, onde é comum que palavras-chave ou conteúdos considerados sensíveis sejam apagados, por vezes em poucos minutos.
No Weibo, semelhante à rede social X, as fotografias e os vídeos publicados na sequência dos acontecimentos, desapareceram rapidamente.
O mesmo se passou com as publicações no Xiaohongshu, o equivalente chinês da rede social Instagram.
Comentários