O antigo recordista mundial da maratona Wilson Kipsang foi detido em Iten, Quénia, por ter desrespeitado o recolher obrigatório imposto no país para combater a covid-19, revelou hoje a polícia local.
“Detivemos Kipsang e nove outras pessoas, incluindo um responsável autárquico, no Keelu Resort a beber e jogar bilhar às 22:00” disse o comandante da polícia de Iten, John Mwinzi, sendo que o recolher obrigatório vigora das 19:00 às 05:00 da manhã seguinte.
A autoridade policial sublinha que se trata de “uma ofensa muito séria, pois essas pessoas são respeitadas e devem dar o exemplo e não ir contra as ordens do governo”.
Kipsang, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos Londres2012, e que também é polícia, declarou-se culpado na justiça e foi libertado sob fiança de 5.000 xelins, ou seja, 43 euros.
O atleta de 38 anos, que em setembro de 2013 fixou o recorde do mundo em 2:03.23 horas na maratona de Berlim, está atualmente suspenso da competição por “falsificação e falta de localização” durante os controlos de doping da Unidade de Integridade do Atletismo.
Na segunda-feira, Mwinzi já tinha dado ordem de prisão a 12 atletas, incluindo dois estrangeiros, que treinavam em grupo, não respeitando as regras do distanciamento social.
Iten, cerca de 360 quilómetros a noroeste de Nairobi, é destino de muitos atletas de elite, quenianos e estrangeiros, quando pretendem treinar em altitude (2.400 metros acima do nível do mar) para melhorar o seu desempenho.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil. Dos casos de infeção, cerca de 200.000 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia, e o continente europeu é neste momento o mais atingido, com cerca de 560 mil infetados e perto de 39 mil mortos.
Em Portugal, que está em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 17 de abril, registaram-se 246 mortes e 9.886 casos de infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
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